A experiência de ensino remoto durante a pandemia de Covid-19: determinantes da avaliação discente nos cursos de humanas da Unifesp

Abstract

O artigo analisa a avaliação dos estudantes de graduação em Ciências Sociais, Filosofia, História, História da Arte, Letras e Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo sobre o processo de ensino-aprendizagem durante o primeiro semestre de oferta dos cursos no regime de Atividades Domiciliares Emergenciais (ADE), implantado devido à pandemia de Covid-19. Realizou-se um survey, com 468 respondentes, via questionário autoaplicável, para coletar a avaliação discente - por meio de indicadores em escala qualitativa (Likert) e quantitativa (notas de 0 a 10) - e outras informações que foram agrupadas em quatro dimensões: 1) participação e interação; 2) saúde mental; 3) disponibilidade de tempo; 4) condições materiais de estudo. Além da análise descritiva, utilizou-se dois modelos de regressão (linear e logística) para verificar os fatores pedagógicos, socioeconômicos e emocionais que explicam as diferenças nas avaliações dos estudantes. Os resultados mostraram queda na qualidade geral dos cursos em ADE na percepção dos estudantes. A avaliação é mais positiva entre os que conseguiram participar e interagir, com melhor aproveitamento das aulas síncronas. Quando há aumento de stress e dificuldade de concentração, a avaliação piora. Por fim, as condições materiais adequadas de estudo apareceram como fatores necessários, mas não suficientes para uma boa avaliação discente.

Percepção de estudantes de graduação de áreas da saúde sobre o ensino remoto emergencial no Brasil

“…Para a formação dos profissionais da área da saúde, a substituição das atividades presenciais pelo ensino em ambiente virtual sempre despertou preocupação, diante das singularidades e complexidade envolvidas na formação de um profissional capaz de responder às necessidades da população (Medeiros et al, 2021). Após amplo debate com à comunidade acadêmica sobre a pertinência e as condições necessárias à sua implantação, as atividades de graduação foram retomadas de forma remota, a fim de reduzir ao máximo os danos aos estudantes devido ao atraso na integralização dos cursos (Vazquez & Pesce, 2022).…”

Para bom entendedor, uma experiência basta: percepções sobre o ensino remoto emergencial e a retomada do ensino presencial

“…As instituições superiores passaram a adotar principalmente recursos tecnológicos para continuar as atividades de aprendizagem (ESPÍNDOLA; MAFRA PEREIRA, 2021). Porém, em decorrência dessas adaptações, houve o desencadeamento de alguns problemas relacionados à saúde mental dos envolvidos, como angústia, ansiedade e estresse originados devido aos impactos gerados pela pandemia (SOUZA et al, 2020;VASQUEZ;PESCE, 2022).…”

Perspectivas de docentes da região sul e sudeste do Pará sobre a modalidade remota de ensino no período de pandemia da Covid-19

“…No entanto, a pandemia de COVID-19, em 2020, intensificou o debate sobre a utilização das TDIC no ensino, onde a modalidade de ensino remoto foi uma medida mitigadora encontrada para dar continuidade às aulas (Lima, Farias & Viana, 2022). A modalidade remota consiste em aulas virtuais síncronas e assíncronas através de ferramentas virtuais, como Google Meet, Zoom e Youtube, no entanto, as Tecnologias de Comunicação e Interação (TIC) e TDIC podem suprir as necessidades individuais, coletivas e educacionais, sendo dessa forma uma aliada no processo de ensino (Gonçalves & Souza, 2022;Vazquez & Pesce, 2022;Araújo et al, 2022). Segundo Lima, Farias & Viana (2022) o distanciamento social devido à pandemia da Covid-19 evidenciaram a discussão sobre a necessidade de formar educadores aptos a desempenhar suas atividades com a mediação de TDIC, a modalidade remota ocorreu, como um reajuste necessário para manter a oferta de ensino ao brasileiro, no entanto, com a desigualdade do acesso à tecnologia foi uma das dificuldades encontradas, sendo assim foram utilizados no processo de ensino diversas ferramentas tecnológicas que fossem adequadas as realidades dos docentes e alunos garantindo a ambos a participação de forma remota (Rodrigues, 2020).…”