Memória e história da educação medieval: uma análise da Autentica Habita e do Estatuto de Sorbonne

Abstract

O objetivo deste trabalho é tecer considerações sobre a história e a memória de homens de saber, entre os séculos XII e XIII, no Ocidente latino, a partir de dois documentos. O primeiro é o Authentica Habita (1155/58). Este documento foi editado pelo imperador Frederico Barbaroxa (1122-1190). Nele, o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico (1152-1190) apresentou uma lei, considerada a primeira, para defender os interesses dos homens de saber - ou daqueles que se dedicavam ao conhecimento. O segundo é o Estatuto da Universidade de Sorbone (1274). Este documento tinha como objetivo regular a vida dos estudantes no lócus universitário. Para a análise dos dois documentos que procuravam proteger e regulamentar a vida de homens do saber seguiremos os caminhos da história social, sob a perspectiva da longa duração. Entendemos que os processos históricos, os fenômenos educativos e as instituições escolares e universitárias de outros tempos históricos podem servir de pontos de partida para uma reflexão dos homens contemporâneos diante das suas questões.

Ontología universitaria: de las funciones a la esencia

“…Primero, al excluir del esquema de beneficios a los estudiantes seculares, provocó su inserción al sistema universitario clerical, y garantizó a su vez el control de posibles disidentes. Por otro lado, al cooptar a las universidades, edificó centros intelectuales para el estudio teológico y fortaleció así su legitimidad como monarca respaldado por lo divino (Oliveira, 2009). Un par de años más tarde, Federico I se vio orillado a postergar sus intereses universitarios, para concentrarse en combatir a la Liga Lombarda que se oponía a su intención de apoderarse del norte de Italia.…”

Chartularium Portugalensis: reflexões sobre a universidade medieval no Século XIV e a a política

“…A comunidade universitária de Paris, por exemplo, possuía diversos privilégios editados pelo rei Luís IX (1214-1270). Um dos mais criticados pelos habitantes das cidades era aquele que proibia as autoridades laicas do burgo/cidade de julgarem os crimes cometidos por pessoas da universidade, uma vez que essas pessoas só estavam subordinadas ao bispo local e ao reitor (OLIVEIRA, 2009 Dom pedro etc a a uos aluazijs da cidade de cojnbra saude sabede que a vnjuersidade do meu studo dessa cidade me enujaron dizer // que os scolares dese studo nom podem auer as viandas e mantijmentos de pam cozido e de vinhos e de carnes pescados trigo mjlho e das outras coisas que lhe som compridoyras por seus djnheiros em cima na Almedina onde teem as scollas e ham daprender scientia como lhe compre assy que por essa razam se lhe segue aas vezes grande dapno (Chartularium Universitatis Portugalensis,v. I,Carta nº.…”