Trabalho em saúde e a implantação do acolhimento na atenção primária à saúde: afeto, empatia ou alteridade?

Abstract

Desenvolvemos uma reflexão teórica sobre o trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) na diretriz do acolhimento, buscando possibilidades de superar a alienação em seu processo produtivo, a partir de relatos de experiência da implantação do acolhimento em serviços de APS. Identificamos as seguintes perspectivas teóricas nas relações interpessoais nos serviços, com indicadores de avanços na humanização do trabalho em saúde e de uma aproximação com a subjetividade: afeto, empatia e alteridade. Ainda que todas sejam adequadas e mesmo complementares entre si, fazemos nossa opção pela alteridade como perspectiva teórica capaz de instrumentalizar o trabalhador da saúde para desenvolver o acolhimento, sem deixar de garantir sua própria humanização. Esta abre possibilidades de enfrentamento das situações do cotidiano dos serviços de saúde, oferecendo aos profissionais condições de construírem seu trabalho sem limitá-lo à perspectiva biomédica e preservando sua própria saúde.

Atuação do enfermeiro em serviço de hemoterapia

“…[ Assim, torna-se necessária a competência cultural dos trabalhadores, a qual, para garantir a qualidade do trabalho em saúde, deve ser desenvolvida a partir de uma postura de alteridade. A alteridade é entendida como a caracterização do afeto nas relações humanas com o outro, com possibilidades emocionais nos encontros desenvolvidos nas práticas em saúde (16) . A cultura é central para a educação em saúde, pois o modo como cada indivíduo realiza suas funções vitais é caracterizado de acordo com seu contexto cultural.…”

User embracement as a good practice in primary health care

“…Moreover, it also challenges us to integrate the voice of the other subject in the processes of choice and decision-making in the daily routine of care practices. 6,[12][13] Nevertheless, it is worth highlighting that the exercise of otherness and the embracementdialogue presupposes a field comprised of tensions, negotiations and conflict management. In this sense, the lack of preparation of professionals, reported by the interviewed patients, besides generating poor service, often triggers intolerant and even aggressive attitudes among professionals and patients.…”

“…[4][5] As a combination of dialogical, attitudinal and organizational actions of the care practices in health centers, embracement points out the daily challenge of otherness and may contribute both to the improvement of care practices and to the legitimization of the public health system. [4][5][6] In the qualification process of the care model, embracement has been configured as one of the main operational guidelines to assure and materialize the SUS principles, particularly those of health care comprehensiveness, universalization of access and equity. It is important to highlight that the proposal of embracement is articulated with other proposals of change in the working process and administration of the health services.…”

Efeitos do fenobarbital sobre o reparo e a biomecânica de ossos em ratos Wi star

“…To attend to the requirements workers will be exposed to, their health should be taken into account, as this demand can cause too high a burden in case they are not equipped to work with the increased work deriving from the qualitative expansion of health needs they have to be accountable for (3) . It is often perceived that the technology used at health services is widely valued, to the detriment of the relation between professionals and users.…”