2004
DOI: 10.1590/s1413-85572004000200010
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A angústia no ofício de professor

Abstract: O presente estudo de caso analisa os registros diários realizados por uma professora alfabetizadora em início de carreira em seu diário de classe. Trechos relativos à sua angústia de ensinar foram destacados e problematizados sob uma perspectiva freudiana. As análises realizadas revelaram a importância do diário de classe como uma referência tanto para a compreensão do trabalho docente quanto para a formação pedagógica e pesquisa. São apontadas algumas contribuições da psicanálise para uma melhor compreensão d… Show more

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“…Quanto aos sentimentos despertados nas situações consideradas agressivas, o relato dos professores iniciantes revela indignação, impaciência, desvalorização e cansaço. A autoculpabilização também é visível, associada ao medo da incompetência, corroborando estudo elaborado por Zibetti (2004). A autoculpabilização é diluída na fase intermediária da carreira, quando os professores começam a questionar a falta de apoio institucional para o manejo das dificuldades na administração da classe.…”
Section: Discussionunclassified
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“…Quanto aos sentimentos despertados nas situações consideradas agressivas, o relato dos professores iniciantes revela indignação, impaciência, desvalorização e cansaço. A autoculpabilização também é visível, associada ao medo da incompetência, corroborando estudo elaborado por Zibetti (2004). A autoculpabilização é diluída na fase intermediária da carreira, quando os professores começam a questionar a falta de apoio institucional para o manejo das dificuldades na administração da classe.…”
Section: Discussionunclassified
“…São termos que não aparecem nas entrevistas de professores que se encontram nas etapas intermediária e final de carreira, embora eles também expressem preocupação com as dificuldades de desenvolver seu trabalho em classe. Zibetti (2004), ao analisar o diário de aula de uma professora em início de carreira, observa a mesma angústia de não corresponder às expectativas do contexto social, de perder a posição e o prestígio. Parece que o tempo e a experiência levam o professor a angustiarse menos com aquilo que se espera dele (metas, competência, eficiência) do que com suas próprias expectativas em relação ao ensino.…”
Section: Professores Em Início De Carreira -Tentativas De Compreensãounclassified
“…Desde esta perspectiva, caberia indagarmos se as inúmeras falas dos professores de que o mundo tecnológico seria prejudicial aos jovens não corresponderiam a uma comunicação de mal-estar por eles se sentirem excluídos do mundo juvenil e, principalmente, por sentirem que, diferentemente do que ocorria outrora, na sociedade contemporânea eles já não são vistos como os detentores de toda a sabedoria e capazes de suprir aquilo que falta no outro (Zibertti, 2004). A partir daí, é possível fazermos a leitura de que, no campo "Criança feliz, adolescente infeliz" os professores não estavam apenas apresentando a crença de que adolescer é sofrer, mas sim, de que crescer é sofrer, e de que eles, tal como seus alunos jovens, também estariam padecendo deste sentimento doloroso.…”
Section: Delineando Algumas Reflexõesunclassified
“…Em meio a esses debates, uma das chaves apontadas pelas pesquisas é a da valorização das experiências, dos saberes e das práticas. Aspectos que, do mesmo modo, se articulam às críticas trazidas nesta vertente (DUARTE, 2003;MERCADO, 2002;NÓVOA, 1999;PERRENOUD, 1999;SARTI, 2012;SCHÖN, 1992;SERRÃO, 2012;TARDIF, 2000;ZIBETTI; 3.1.1 "Níveis de ensino", 3.1.2 "Região", 3.1.3 "Idade, estado civil e composição familiar", 3.1.4 "Renda familiar", 3.1.5 "Tempo de docência", 3.1.6 "Acúmulo de cargos, mudanças de função, interrupção na carreira e readaptação". Ainda que ressalte que o percurso de um indivíduo pode ser múltiplo por haver diferentes possibilidades, como se vê no diagrama a seguir elaborado por Huberman (1992), o autor elege sete fases ("a entrada na carreira", "a fase de estabilização", "a fase de diversificação", "pôr-se em questão", "serenidade e distanciamento afetivo", "conservantismo e lamentações" e "o desinvestimento"), que dialogam e por meio de diferentes combinações geram os percursos profissionais:…”
Section: O Professor Reflexivounclassified
“…Conseguir driblar a pressão do crescente nível de exigências profissionais, o "choque" com a realidade (baixos salários, acúmulo de cargos, complexas condições de trabalho), os sentimentos de angústia, ansiedade, despreparo são alguns dos desafios a serem enfrentados para que permaneçam na profissão (PAPARELLI, 2009;ZIBETTI, 2004). É justamente essa dimensão da desvalorização docente que discutiremos no item a seguir.…”
Section: Efeitos Prolongadosunclassified