Estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil

Reflexões Sobre O Branqueamento E Branquitude No Brasil

“…A concretização da tese do branqueamento se dá ao final do século XIX e início do século XX (BENTO, 2002;STOCCO, 2006;OLIVEIRA, 2008). Nessa época, europeus necessitavam de justificativas para exploração de povos "diferentes", promovendo, dessa forma, o nascimento de ideologias raciais (OLIVEIRA, 2008).…”

“…Essa denominação de padrão de referência de toda uma espécie, fez uma apropriação simbólica crucial que vem fortalecendo a autoestima e o autoconceito do grupo branco em detrimento dos demais, legitimando sua supremacia econômica, política e social. Em oposto, a construção de um imaginário extremamente negativo sobre o negro, cria uma identidade racial, danificando sua auto-estima, culpa-o pela discriminação, justificando as desigualdades raciais (BENTO, 2002).…”

“…Acredita-se que aliado aos estudos das relações raciais, da importância de um resgate das culturas africanas e de suas lutas, e da problematização das violências e injustiças infligidas a esses povos, é necessário direcionar uma análise a posição privilegiada que brancos ocupam socialmente. Há que se tornar visíveis os mecanismos, muitas vezes silenciosos e ocultos, que mantém um grupo numa posição de superioridade em detrimento de outro (BENTO, 2002;SOUSA;BRAGA, 2018).…”

Relações raciais e a creche: um ensaio sobre a formação da identidade negra e a prática educativa

“…Portanto, para a efetivação de uma prática educacional que tenha como premissa as relações étnico-raciais, não basta apenas focar nas crianças negras, é preciso evidenciar as relações estabelecidas entre brancos(as) e negros(as), discutir e questionar entre os(as) educadores(as) o conceito de branquitude (BENTO, 2002), problematizando a hierarquização existente entre brancos(as) e negros(as) e a constituição de uma imagem em que o branco é visto como superior.…”

“…Em consideração a tais práticas, Cavalleiro (2003), Dias (2011Dias ( , 2012, Silva (2002), Oliveira (2004) e Silva e Santos (2020) apontam a importância de construirmos práticas pedagógicas que tenham as relações raciais como princípio para as ações cotidianas na educação, na formação da identidade e do pertencimento racial das crianças desde a mais tenra idade. Destaca-se, consequentemente, a importância da ressignificação destas práticas desde a creche, junto aos bebês e às crianças bem pequenas, como afirmam as Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais (BRASIL, 2006), que têm por objetivo uma política educacional que reconheça as diferenças.…”