O uso da matriz óssea desmineralizada na reparação de lesões osteocondrais: estudo experimental em coelhos

Abstract

Este estudo teve como finalidade a avaliação do uso de matriz óssea desmineralizada na reparação de lesões osteocondrais. A cartilagem articular tem pequena capacidade regenerativa devido a suas características histológicas e à ausência de vasos sanguíneos. Implantes teciduais e cultura de células condrogênicas foram utilizadas para o tratamento de lesões osteocondrais, porém trazem dificuldades técnicas na fixação e suporte mecânico da região subcondral. A matriz óssea desmineralizada pode facilitar tecnicamente a fixação destes implantes em razão de ser um material firme, porém com características elásticas. Além de ter capacidade osteogênica e produzir osso subcondral, assim funcionando como suporte mecânico, também tem fatores indutores de condrogênese. Lesões osteocondrais foram produzidas em joelhos de 15 coelhos. Os joelhos esquerdos foram tratados com matriz óssea desmineralizada, e os direitos usados como controle comparativo. Realizaram-se avaliações macroscópicas e histológicas nas semanas 02, 04 e 06. Nas lesões tratadas com matriz óssea desmineralizada foi obtido 100% de viabilidade do enxerto e formação de tecido normal de reparação, o qual preencheu a lesão completamente com matriz óssea desmineralizada. A análise histológica demonstrou neoformação óssea e integração do enxerto com o tecido ósseo da região subcondral, e na região superficial da lesão ocorrera a indução de formação de tecido condrogênico. A conclusão deste estudo é que a matriz óssea desmineralizada é útil na reparação de lesões osteocondrais devido a sua capacidade de indução óssea e indução de formação de tecido condrogênico. Pode ser usada no tratamento de lesões osteocondrais como componente de um enxerto composto com tecido condrogênico ou cultura de células condrogênicas. Pode também diminuir as dificuldades técnicas de fixação e suporte estes implantes.

Estudo comparativo macroscópico dos defeitos osteocondrais produzidos em fêmures de coelhos preenchidos com gel de biopolímero da cana-de-açúcar

“…The biological methods of implantation of cultures of potentially chondrogenic cells, mesenchymal chondrocytes and cells, cultured autologous chondrocytes and osteochondral autologous grafts can also be used (4,7,(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15)(16)(17) . These techniques are very costly, and the difficulties thus imposed have led to a search for alternatives (4,(13)(14)(15)(16)(17) . Sugarcane biopolymer is a natural exopolysaccharide obtained through the action of bacteria of the species Zoogloea sp, with culturing in sugarcane molasses, and its chemical structure is composed of different monosaccharides: glucose 87.57%, xylose 8.58%, ribose 1.68%, glucuronic acid 0.83%, mannose 0.82%, arabinose 0.37%, galactose 0.13%, rhamnose 0.01% and fucose 0.01%.…”

“…Because chondrocytes are not vascularized, they do not form hematomas, fibrins or coagulum when injured, and they serve only as a framework for new repair tissue. The absence of a vascular phase limits the number of cells available for an inflammatory response to the trauma (1,(3)(4)(5)(6)(7)(8) . Among the treatments for repairing osteochondral defects, debridement of the injured cartilage,…”

Comparative Macroscopic Study of Osteochondral Defects Produced in Femurs of Rabbits Repaired With Biopolymer Gel Cane Sugar

“…This condition is among the commonest causes of pain and incapacity among the middle-aged and elderly population. Because joint cartilage does not have vascularization, its healing potential is limited and, consequently, treating cartilage continues to be a veritable challenge for orthopedists ( 1 , 2 , 3 , 4 ) .…”

Desenvolvimento de um biomaterial composto de poliuretano e microfibra de biovidro 45S5 em gradiente funcional para reparo de cartilagem articular: estudos in vitro e in vivo

“…O coelho é um animal amplamente utilizado em modelos para reparação da superfície articular (RIBEIRO, CAMANHO e TAKITA, 2004;Souza et al, 2000;O´Driscoll et al, 1988;Mow et al, 1991;Costa et al, 2001;Rudert et al, 2005;Hasegawa et al, 1999;Shahgaldi et al, 1998;Diduch et al, 2000;Mierish et al, 2002;Cohen et al, 2003;Frenkel et al, 2005;Uematsu et al, 2005;Shao et al, 2006;Witte et al, 2006;Suominen et al, 2006;Ohyabu et al, 2008). Porém, na literatura encontram-se diversos trabalhos com diferentes modelos animais como cães (Welsing et al, 2008), cabras (Custers et al, 2009), porcos (Chiang et al, 2005;Vassara et al, 2006), cavalos (Sams e Nixon, 1995), ovelhas (Erggelet et al, 2009), ratos (Kondo et al, 2005), carneiros (Kandel et al, 2006) e bugios (Malinin et al, 2006).…”