2001
DOI: 10.1590/s1413-73722001000200005
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Psicopatologia, exotismo e diversidade: ensaio de antropologia da psicopatologia

Abstract: RESUMO. O texto se propõe a uma reflexão em torno de uma perspectiva antropológica da questão da psicopatologia. Partindo da análise antropológica de Tzvetan Todorov, perpassa o ensaio histórico de Theodore Zeldin, alcançando a crítica de Thomas Szasz e a abordagem histórico-antropológica de Michel Foucault, na tentativa de clarear a compreensão do fenômeno psicopatológico. Nesta perspectiva crítico-histórica, a psicopatologia é vista como um fenômeno contextualizado, inserido na construção das mentalidades es… Show more

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“…Ela se apresenta como uma possibilidade da existência 'saudável' (Minkowski, 2000) e, inclusive, existe em algum grau nesta existência dita 'sadia' ou 'normal'. Ao considerar a alucinação deste modo, também se podem modificar as concepções de outras condutas tidas como 'patológicas' (Holanda, 2001); pois elas se constituem possibilidades de ser no mundo e, como tal, também possuem um sentido e o expressam. A patologia pode deixar de ser apenas um estigma para se tornar um caminho de recuperação e alargamento de nossas próprias possibilidades de sentido e de existir.…”
Section: O Sentido Na Alucinaçãounclassified
“…Ela se apresenta como uma possibilidade da existência 'saudável' (Minkowski, 2000) e, inclusive, existe em algum grau nesta existência dita 'sadia' ou 'normal'. Ao considerar a alucinação deste modo, também se podem modificar as concepções de outras condutas tidas como 'patológicas' (Holanda, 2001); pois elas se constituem possibilidades de ser no mundo e, como tal, também possuem um sentido e o expressam. A patologia pode deixar de ser apenas um estigma para se tornar um caminho de recuperação e alargamento de nossas próprias possibilidades de sentido e de existir.…”
Section: O Sentido Na Alucinaçãounclassified
“…Uma visão antropológica da psicopatologia busca compreender as modalidades existenciais do homem, levando em conta sua singularidade com o objetivo de elucidar os sentidos dos sintomas. Nesta "visão antropológica" da psicopatologia se propõe tentar alcançar um quadro mais amplo da estrutura existencial do homem (Holanda, 2001).…”
Section: Psiquiatria Psicopatologia Fenomenológica E Saúde Mentalunclassified
“…Ele faz 'normalmente' parte de nossa existência [...] o sofrimento humano é o que nos revela o aspecto mais aparente, mas dramático e mais 'vivo'" (Minkowski, 1968(Minkowski, /2000. Na psicopatologia fenomenológica o enfoque está, pois, no "mundo-vida" do indivíduo, no significado de "ser patológico"; na compreensão das modalidades existenciais do homem, seus "modos de ser" e as "maneiras de vivenciar" as psicopatologias (Holanda, 2001). Buscase não apenas uma pura descrição dos fenômenos psicopatológicos, mas a sua essência, trans cendendo suas manifestações particulares (Messas, 2004).…”
Section: Psiquiatria Psicopatologia Fenomenológica E Saúde Mentalunclassified
“…Portanto, além da compreensão da doença mental não mais possuir os sintomas como ponto de partida, ela pode ainda aceitar a idéia de que seu objeto, a enfermidade, é extremamente diverso, porque assim o é a subjetividade privatizada, já que cada subjetividade corresponde a um, e somente um, sujeito em particular, em suas íntimas relações com seu contexto. De modo que, existindo diversas possibilidades de manifestação do abstrato humano, a enfermidade mental poder-se-ia ser entendida, finalmente, enquanto um fenômeno humano representativo dessa diversidade de subjetividades existentes, isto é, dos diferentes "modos-de-ser" deste abstrato humano (Holanda, 2001).…”
Section: Fernando De Barros and Adriano Holandaunclassified
“…Revista da Abordagem Gestáltica -XIII (1) A partir do advento da Idade Moderna -normalmente compreendida do Renascimento -o homem explorou espaços até então desconhecidos, tendo tomado contato com outros sujeitos que não compartilhavam da cultura européia, construindo uma idéia de diferente que parece ter influenciado toda concepção clássica de enfermidade mental. Sendo estes "novos" povos então considerados selvagens, marcados por ausências: "sem moral, sem religião, sem lei, sem escrita, sem Estado, sem consciência, sem razão, sem objetivo, sem arte, sem passado, sem futuro" (Laplantine, 1999;Holanda, 2001); expandiu-se tal idéia mesmo àqueles europeus que compartilhavam da cultura européia, mas que "algo" lhe faltavam, ou que "algo" lhe sobravam, sendo que no primeiro caso o tratamento deveria repor, e no segundo, excluir (Todorov, s/d).…”
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