Caracterização hidrológica e influência da cobertura do solo nos parâmetros de vazão do Rio das Fêmeas

Abstract

1985, 1995, 2000, 2005, 2008, 2011 and 2012 years were used for land cover classification in two classes: natural; and areas with anthropic influence, in whose regions there was some kind of use; and the changes in the median and average annual flows before and after the PCH installation were evaluated. The results of this research showed that the annual average flow data over the study period reduced in a magnitude higher than the annual average rainfall data. In relation to the soil land use, the anthropic area increased over time. With this study it was found that the presence of the PCH reservoir allowed a reduction in the maximum and minimum flow rates peak. It was observed that in the post-PCH period both average and median flow rate data were lower than that those measured in the pre-PCH period.Nevertheless, these results were influenced by the combination of the human activities that increased over time and the annual average rainfall data variation in the basin.

O território a partir do rio das Fêmeas: considerações sobre a gestão ambiental em São Desidério, Estado da Bahia, Brasil

“…Nesta Bacia insere-se o Rio das Fêmeas com área de 5.825 km² (Oeste baiano), inserido na Bacia do Rio Grande, afluente da margem esquerda do Médio Rio São Francisco (Pimentel, et al, 1999). Percorre cerca de 158 km entre a nascente (Chapadão Arenoso da Formação Urucuia, composta pelos rios: Mosquito, Roda Velha, Pratinha, Estiva, Triste e Feio) e a foz (Souza, et al, 2017), nos limites de São Desidério-BA.…”

“…As estratégias utilizadas foram pesquisa temática, destacando-se: a) caracterização natural e geográfica do Rio das Fêmeas (Pimentel, et al, 1999); b) contextualização do Rio das Fêmeas na Bacia do rio Grande (Moreira & Silva, 2010;Corbo, et al, 2005;Souza, Souza & Cardoso, 2017;Soares Neto, 2005); c) capital agrário no desenvolvimento e na gestão do território (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] Cidades -Série Histórica, 2020; Leff, 2005;Lojkine, 1997); d) sistema de ações e dinâmica da relação entre gestão, grande capital e território (Santos, 2006).…”

Influência do uso e ocupação do solo na disponibilidade hídrica das bacias dos rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu, Bahia

“…A diminuição das áreas de vegetação nativa em virtude do crescimento de áreas de monocultura causa influência na quantidade e na qualidade de água disponível em uma bacia. Áreas dominadas pela pecuária, como foi observado em todas as sub-bacias a montante das estações fluviométricas analisadas, apresentam solos compactados que geram uma menor taxa de infiltração e tempo de residência da água (Souza et al, 2017;Oliveira et al, 2018) gerando uma menor disponibilidade hídrica. Corroborando com essa hipótese, Calijuri et al (2015) constataram que o aumento significativo de usos antrópicos do solo na bacia hidrográfica do Alto Paraguaçu, localizada no estado da Bahia, acarretou uma variação na precipitação que, consequentemente influenciou na disponibilidade hídrica dessa bacia.…”

“…Cenário similar foi encontrado no estudo desenvolvido por Nunes e Roig (2015), em um mapeamento de uso e ocupação do solo da bacia do Alto do Descoberto, no Distrito Federal, por meio da classificação temática de imagens, perceberam que houve uma nítida expansão de áreas agrícolas e diminuição das áreas de vegetação natural, podendo impactar diretamente os recursos hídricos da bacia estudada. Da mesma forma, Souza et al (2017), ao analisarem os coeficientes de inclinação das equações para variação da cobertura do solo da bacia do rio das Fêmeas localizada no oeste da Bahia, notaram que durante o período estudado (1985 a 2015) houve tendência de redução das áreas naturais enquanto as áreas antrópicas tenderam a aumentar, sendo constatado maiores incrementos de áreas antrópicas a partir de 2005. Os mesmos resultados foram encontrados por Souza et al (2019) ao estudarem a mudança no uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do rio Uruçuí Preto, no Piauí, perceberam que houve a substituição da cobertura de vegetação nativa por áreas destinadas às atividades antrópicas, principalmente a agricultura.…”

“…Nesse contexto, tem-se o clima, as características geomorfológicas e a cobertura do solo como fatores que podem influenciar o comportamento hidrológico da bacia hidrográfica. Porém, em escala local e regional, as mudanças de uso do solo, principalmente para fins extrativistas que não dispõem de manejo adequado, podem comprometer a disponibilidade hídrica (Souza et al, 2017).…”