A legislação brasileira estabelece limites máximos de emissão de poluentes provenientes do escapamento de veículos leves de passageiros incluindo os hidrocarbonetos não metânicos (NMHC). Em 2004, a Instrução Normativa 54, do IBAMA, permitiu deduzir a parcela da emissão de álcool não queimado no cálculo do NMHC.Com o aumento da participação de veículos Flex Fuel no mercado brasileiro e o respectivo aumento no uso do etanol, é possível que as emissões produzidas pelo álcool não queimado assumam maior importância nas áreas urbanas.O objetivo do trabalho é avaliar a variação das emissões, com ênfase no álcool não queimado, com diferentes teores de etanol no combustível.Um veículo do ciclo Otto foi testado em dinamômetro de chassis segundo a NBR 6601, no ciclo FTP 75, com gasolina A22, A85 e etanol hidratado combustível (EHR). Foram medidas as emissões legisladas de HC, CO, NO x , CO 2 e CH 4 através de bancadas de análise de gases. Foram determinadas as emissões de formaldeído e acetaldeído por cromatografia líquida e também medida a emissão de álcool não queimado por FTIR.Os resultados indicam um aumento nas emissões de CH 4 , NMHC e HC, ao passo que ocorre uma redução de CO 2 . Já para NO x não houve um comportamento característico. Um aumento de CO foi observado com o aumento do uso de etanol, assim como as emissões de acetaldeído e álcool não queimado.
INTRODUÇÃOOs gases orgânicos do tipo não metano (NMOG) são considerados os principais poluentes das emissões veiculares que contribuem para a formação de ozônio na troposfera, região que se estende desde o nível da superfície terrestre até cerca de 15 quilômetros de altitude e contém aproximadamente 85% da massa da atmosfera. Para o cálculo do valor de emissões de NMOG considera-se a soma ponderada de poluentes, sendo esses os hidrocarbonetos do tipo não metano (NMHC), aldeídos, cetonas e o álcool não queimado[1] [2].