Gênero como possibilidade ou limite da ação social: um olhar sobre a perspectiva de crianças pequenas em um contexto de educação infantil

Abstract

ContextUalizando o Campo peSqUiSadoO presente texto é parte de uma pesquisa de doutorado já concluída e na qual a geração de dados 1 foi realizada em 2009, durante nove meses, em uma instituição pública de educação infantil da rede municipal de Florianópolis/SC, localizada na zona urbana e que atende crianças de 0 a 6 anos de idade em período integral. A fim de elaborar uma descrição com base na perspectiva das crianças, utilizei procedimentos metodológicos provenientes da etnografia, lançando mão de registros escritos, fotográficos e fílmicos.O grupo pesquisado contou com 15 crianças com idade entre 2 e 3 anos, sendo 12 meninas e 3 meninos. A maioria das crianças procedia de família nuclear, metade do grupo era filho único e a outra metade tinha um ou dois irmãos. A maior parte das crianças do grupo pesquisado enfrentava dificuldades em sua condição social e econômica.

Conversando Sobre Gênero em uma Escola de Educação Infantil: Percepções dos Educadores

“…Logo, o discurso pode ser entendido como parte do processo de subjetivação, atravessando a sociedade, ao mesmo tempo, em que também se forma a partir dela. O discurso é igualmente constituído através da linguagem, da história e da ideologia do sujeito e de seu contexto social (CAREGNATO; MUTTI, 2006). Dessa forma, acredita-se que com essa análise, é possível compreender como é pensado e realizado o trabalho de professores de Educação Infantil, quando se tratam das manifestações e discussões de gênero com as crianças, a partir do contexto cultural, histórico e político em que se vive.…”

“…Algumas posições de diferentes profissionais, inclusive, revelam opiniões pautadas em preconceitos, denunciando a falta de informação sobre o assunto e a necessidade de investimento em estudos e pesquisa sobre a temática. Para tanto, recentes pesquisas (BUSS-SIMÃO, 2013;JUNGES;SCHWERTNER, 2017;KRUG;SOARES, 2016;RAMOS, 2016) têm contribuído para as discussões sobre gênero nas escolas de Educação Infantil e mereceriam ser explorados na formação dos educadores.…”

Expansão e acesso à educação superior: como fica a distribuição por sexo?

“…Os estudos anteriores, como estado da arte sobre a temática indicam que o campo da educação não ignora o debate sobre gênero; que a produção de conhecimento sobre educação, mulher e relações de gênero indicam pequenos avanços na década de 1990; a produção discente pós-graduada sobre a temática não mostra indícios de um campo estabelecido de conhecimento na disciplina; há uma existência de dispersão e generalidade em boa parte da produção analisada (ROSEMBERG, 2001); e ainda, são incipientes as investigações sobre a temática, principalmente no que concerne à produção do conhecimento acerca do "impacto da discriminação de gênero nas políticas públicas educacionais" (UNBHAUM; VIANNA,2004, p. 78). Todavia, é possível reconhecer a importância que a temática da relação educação e gênero vem agregando, sobretudo no contexto de ampliação das políticas públicas de caráter inclusivo, em que se busca ampliar o estado da arte (CARVALHO, 2011; FERREIRA, NUNES, KLUMB, 2013) e buscar relações de pertinência ao fazer educativo (SOUZA, FONSECA, 2013;BUSS-SIMÃO, 2013;CARVALHO, 2010).…”

Relações de gênero na infância: uma experiência na escola democrática

“…Na tese intitulada por Gênero como possibilidade ou limite da ação social: um olhar sobre a perspectiva de crianças pequenas em um contexto de educação infantil, na qual se privilegiou as crianças enquanto agentes sociais, Buss-Simão (2013) investigou as significações e as vias de transmissão de elementos culturais e sociais que envolvem a dimensão corporal das crianças, como também a existência de novos elementos que reforçam, modificam, transcendem ou ocultam aqueles já estabelecidos.…”