A Giorgio Baratta (in memoriam).Agradeço aos colegas Gilles Dussault, Adriana Cavalcanti de Aguiar e Malvina Tania Tuttman, cujas reflexões cuidadosas e pertinentes muito valorizam o pequeno ensaio que submeti ao debate. Além disso, seus comentários generosos enriquecem o argumento do artigo e abrem perspectivas de análise que o complementam.Para melhor delinear a estrutura desta répli-ca, inicio pela abordagem mais ampla do campo da educação em geral, e da educação superior em particular, trazida pela Professora Malvina Tuttman. Aprecio muito sua concepção crítica do currículo que ultrapassa a "mera organização de conhecimentos e competências" para incorporar estratégias participativas e integradoras de saberes e práticas universitárias e extra-universitárias. A defesa de uma concepção ampla de diretrizes curriculares nacionais, definidas por instâncias centrais de coordenação, regulação e gestão, é pertinente e tem como justificativa a necessidade de considerar elementos integradores dessa enorme diversidade social e cultural que distingue os territórios geopolíticos formadores da nação brasileira. Não obstante, considera que a autonomia universitária, definida e aplicada judiciosamente, permite abrir espaço para propostas curriculares flexíveis, criativas e inovadoras, considerando limites da legislação e peculiaridades nacionais e regionais.Nessa perspectiva, em que potencialmente convergem concepções anisianas e freireanas, os currículos que compõem a educação universitária de trabalhadores, aplicadores tecnológicos e profissionais, de pesquisadores e professores constituiriam processos privilegiados para o debate e a reflexão crítica necessários à formação de intelectuais orgânicos comprometidos com a transformação da sociedade. Considerando nosso tema e campo, genericamente chamado de Saúde, trata-se aqui de verificar o que efetivamente se realiza nos espaços e programas de formação dos profissionais de saúde. Caberia