“…É o momento em que os Estados Nacionais estão sendo constituídos, cujos últimos serão o alemão e o italiano em 1870.Esse momento coincide com a especialização das ciências, onde cada qual teve o seu objeto e filosofia próprios, e embate de idéias advindo das conseqüências do aprofundamento da racionalidade moderna. A hipótese deste trabalho faz crer que a Geografia, enquanto disciplina institucionalizada nas universidades, principalmente na Alemanha, já unificada(LENOIR, 2009; VITTE, 2010) apresenta-se de uma maneira paradoxal, pois se constituiu tanto como produto da guerra imperialista, servindo ao Estado Nacional (VITTE, 2010), mas ao mesmo tempo representou uma estratégia de romper a crise social, cultural, cognitiva que havia se instalado a partir das novas tecnologias e seu uso na fluidez espaço-temporal.Essa situação, não muito distante, mas reservada a nova concepção de mundo e sua complexidade, marca e cabe a Geografia a reconstrução de uma esperança, demonstrar a possibilidade de um mundo cosmopolita e ao mesmo tempo livre, como sonhava os iluministas. Os objetivos deste trabalho inserem-se, de forma implícita, nesta perspectiva.A mudança de atitude perante a racionalidade moderna pode ser presenciada ainda emKant (1995), na transição de uma visão mecânica para uma orgânica de Natureza, com o conhecimento geográfico sendo um dos importantes desencadeadores desta mudança.…”