A sustentabilidade da reforma educacional em questão: a posição dos organismos internacionais

Abstract

O artigo discute temas e questões abordados pelas produções dos organismos internacionais a partir de 1998 como diferentes dimensões de sustentabilidade das reformas educacionais na América Latina, que oferecem interessantes indícios dos aspectos que receberam e continuarão recebendo investimentos - técnicos e financeiros - desses organismos. Pelo menos três dimensões preocupam bastante os organismos internacionais: a dimensão política, a dimensão financeira e a dimensão técnica. Para sua análise, foram examinadas as publicações do Banco Mundial, da CEPAL, do PREAL, do BID, do IIPE/UNESCO e da OREALC/UNESCO, desde 1998 até 2001.

A Influência Do Banco Mundial No Empresariamento Da Educação: Consequências Da Parceria Entre O Público-Privado

“…Dessa maneira, as reformas nos países periféricos seguiram as instruções do Banco Mundial, e foram realizadas por meio de pacto entre os diferentes setores da sociedade, nomeadamente com os setores empresariais e das fundações privadas, resultando em um mecanismo de aproximação entre o setor público e o privado na área da educação ( KRAWCZYK, 2002). Assim o Estado passou a desempenhar o mínimo possível do seu papel na educação, respondendo à lógica neoliberal, e abriu as portas da escola para que empresas privadas se tornassem fatores decisivos nas tomadas de decisões, no executamento e definições de estratégias políticas no campo educacional com poderá ser observado na discussão a seguir.…”

Atividades Complementares Curriculares (ACCs) como política educacional no estado do Paraná

“…A partir de tal perspectiva, observa-se uma tendência de reforma educacional velada da educação pública paranaense, onde pese a progressão para a ampliação da jornada (tempo) escolar e a utilização do programa de ACCs como teste para ajuste de logística e de desempenho escolar em determinado espaço de tempo. Compreende-se tal processo como movimento reformista quando observa-se que, gradativamente, haverá alterações na estrutura de trabalho docente (GARCIA; ANADON, 2009), bem como impactos nas dimensões políticas, técnicas e financeiras das escolas (KRAWCZYK, 2002).…”

Políticas de regulação e mercantilização da educação: socialização para uma nova cidadania?

“…Na análise da produção recente dos organismos internacionais sobre sua avaliação da reforma educacional na região, pôde-se corroborar que a liberdade -financeira e administrativa -cada vez maior das escolas é a variável central utilizada nos estudos do Banco Mundial, do PREAL, da CEPAL e do BID, para evidenciar a eficiência e a eficácia do processo de descentralização e da reforma como um todo (Krawczyk, 2001).…”