ResumoA expansão por umidade (EPU) é caracterizada por um aumento das dimensões físicas do corpo cerâmico quando em contato com a água na forma líquida ou de vapor. O fenômeno de EPU pode contribuir para o surgimento de patologias graves em revestimentos cerâmicos como trincas, deslocamentos ou danos mais severos. Este trabalho objetivou estudar o problema da EPU em massas cerâmicas aditivadas com resíduos de quartzito para uso em revestimentos utilizando a técnica de dilatometria e a resistência mecânica à flexão em três pontos. As matérias-primas foram beneficiadas e caracterizadas através de ensaios de análise granulométrica por difração a laser, plasticidade, análise química, análise termodiferencial, termogravimétrica e difração de raios X. Os resultados evidenciaram que a adição de resíduos de quartzito de maneira geral elevou os valores de EPU para corpos queimados em temperaturas inferiores a 1100 °C. Para corpos queimados a 1200 °C os resultados indicaram elevado comportamento mecânico e diminuição da EPU, sendo os melhores resultados para as massas aditivadas com 15% de quartzito. Palavras-chave: EPU, resíduo de quartzito, revestimentos cerâmicos planos.
Abstract
The moisture expansion (ME) is characterized as an increase in physical dimensions of ceramic body when in contact with water (liquid or vapor
INTRODUÇÃOA expansão por umidade (EPU) é um fenômeno complexo e pode ser definido como um termo técnico utilizado para designar a expansão sofrida por materiais cerâmicos quando em contato com a água na forma líquida ou de vapor. Essa expansão quando elevada pode levar ao comprometimento dos revestimentos cerâmicos levando ao seu fissuramento e mesmo deslocamento ou destacamento. No caso do deslocamento a aderência das placas cerâmicas em pisos e alvenarias fica comprometida e dessa forma leva ao seu destacamento, como também ao gretamento de peças esmaltadas quando as tensões geradas pelas deformações nas peças excedem os limites de resistência mecânica da camada vítrea ou esmalte. A EPU ainda é pouco estudada no Brasil, principalmente em revestimentos cerâmicos, e diversos pesquisadores entendem que há necessidade de estudos sistemáticos deste fenômeno com o intuito de melhor conhecer os fatores envolvidos [1,2].A EPU começou a ser discutida na literatura cerâmica na década de 20 do século passado [3]; desde então muitos estudos foram realizados analisando suas causas, tais como: composição química, temperatura de queima e características microestruturais. Este fenômeno atraiu a atenção de vários pesquisadores e cientistas, principalmente na África do Sul, Austrália, alguns países da Europa e Estados Unidos. O grande interesse nesse fenômeno devese à constatação que, junto com o ataque de sais, a EPU é a causa mais comum da deterioração de revestimentos cerâmicos em todo mundo [2,4]. Com relação aos trabalhos