Obituário

Abstract

O céu está mais alegre, hoje, mas, certamente, a Dermatologia brasileira se tornou mais triste. Vítima de um acidente automobilístico, o colega mineiro José Edmundo Pereira nos deixou no dia três de janeiro.José Edmundo nasceu na fazenda Bonito, em Coromandel (MG), cursou Medicina na Universidade de Brasília (UnB) e fez residência em Dermatologia no Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB), onde foi um residente muito participativo e sempre interessado em novos conhecimentos. Sua alegria também era característica marcante, o que o tornava facilmente querido por todos que conviviam com ele. Na Medicina, sua grande paixão foi a Cirurgia Dermatológica. Além de ministrar vários cursos no Brasil, esteve em Porto (Portugal), com o professor Antonio Picoto, refinando suas técnicas cirúrgicas. O auge da sua atividade acadêmica, entretanto, se deu em junho do ano passado, no XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, sediado em Uberlândia (MG), quando José Edmundo presidiu com dedicação e competência aquele tão bemsucedido evento.Como filho mais velho, foi sempre muito presente para os irmãos Fábio e Maria Helena. Deixou como herança de sua felicidade os filhos, Andréa e Thomas, e sua esposa Lízia.Por fim, só nos resta constatar o quão rápida foi sua passagem aqui conosco e que, sem sombra de dúvida, a saudade será eterna. Embora suas gargalhadas e seu sorriso fácil não possam mais ser presenciados por nós, nunca serão apagados de nossa memória nem de nosso coração.Descanse em paz, Zezinho -era como eu carinhosamente chamava esse amigo tão querido, até um dia! Izelda Maria Carvalho CostaEditora Científica dos Anais Brasileiros de Dermatologia Professora Adjunta de Dermatologia da Universidade de Brasília(UnB)-Brasília DF-Brasil Posso dizer que Edmundo foi um lutador pela Cirurgia Dermatológica, tendo sido sócio fundador da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), e que sempre participou ativamente em seus congressos, apresentando trabalhos originais de grande valia. O congresso de Uberlândia que ele presidiu foi impecável em todos os aspectos científicos e sociais. Tenho certeza de que Zé Edmundo deixará saudades de seu riso mineiro e sua sempre presente alegria. Chamava-me de seu "pai", visto que, nos primórdios de suas apresentações, quando era criticado, eu sempre estava lá e o defendia, pois, na sua simplicidade, estava a "arte" -e não podemos esquecer que a Medicina é Ciência e Arte.