A experiência do Observatório de Saúde do Trabalhador (Observatoriost) no Brasil

Abstract

Antecedentes históricos apontam a mobilização sindical e de pesquisadores para criar um Observatório de Saúde do Trabalhador (OST) que permitisse oferecer informações com credibilidade e subsidiar a defesa da saúde. Este trabalho teve o objetivo de rever e analisar os antecedentes internacionais e brasileiros da mobilização de sindicatos, centros de estudos sindicais e intersindicais e pesquisadores de instituições do setor que criaram um observatório presencial e virtual para comunicação e repositório de informações científicas. Foram utilizados métodos de intervenção e observação participantes e levantamento documental. O relato parte de iniciativas de superação das políticas neoliberais. Tais iniciativas impulsionaram a criação do Observatoriost em 2010 e o mantiveram ativo até 2013 compilando documentos, relatos de imprensa e agendas sindicais. O observatório foi conduzido em cogestão com seis centrais sindicais por meio do Comitê Editorial das centrais que respeitou a diversidade e a autonomia dos atores envolvidos. A coordenação rotativa do portal pelo comitê evidenciou a maturidade política e sua articulação. Os principais desafios postos para a continuação da iniciativa foram de integrar e formar pesquisadores e profissionais comprometidos organicamente com os trabalhadores na luta pela defesa da vida e saúde.

Desenvolvimento de um modelo de observatório de saúde baseado na web semântica: o caso da rede de atenção psicossocial

“…O termo "observatório" foi usado pela primeira vez no final do século XVII, para descrever um lugar (posto de observação) ou estrutura a partir do qual se pode observar algo ou alguém (BOUSQUET et al, 2004;NOVELLI, 2006;WHO, 2012;CASTAÑEDA-ORJUELA, 2014). Com o passar do tempo, o termo foi utilizado para representar (HEMMINGS;WILKINSON, 2003;SIQUEIRA;CARVALHO, 2003): um lugar ou edifício equipado e usado para fazer observações de fenômenos astronômicos, meteorológicos ou outros fenômenos naturais; um lugar equipado com um poderoso telescópio para observar os planetas e as estrelas; uma instituição que controle ou exerça o trabalho de tal local; um lugar ou estrutura para proporcionar uma visão extensiva; e qualquer edifício ou estrutura que ofereça uma visão ampla dos seus arredores.…”

“…Os observatórios de saúde tendem a ser específicos e se concentrar em algumas áreaschave de saúde pública, tais como: monitoramento dos sistemas de saúde; recursos humanos; reformas do setor de saúde; vigilância da saúde pública; desastres naturais; desigualdades na saúde; determinantes da saúde; e inequidades de gênero na saúde (GATTINI, 2009;SIQUEIRA et al, 2013;CASTILLO-SALGADO, 2015).…”

“…Alguns estudos compartilham uma definição em comum, em que um observatório de saúde é definido operacionalmente como um centro (físico ou virtual) com o objetivo de realizar uma observação sistemática e contínua sobre a saúde da população e sistemas de saúde, em apoio à eficácia e às políticas de saúde baseadas em evidências, planejamento, tomada de decisão e ação em saúde pública e sistemas de saúde (HEMMINGS;WILKINSON, 2003;NOVELLI, 2006;GATTINI, 2009;NIGENDA JR et al, 2011;PELLEGRINI FILHO, 2011;SPIEGEL et al, 2011;POURMALEK, 2012;RACHIDIAN et al, 2013;SIQUEIRA et al, 2013;CASTILLO-SALGADO, 2015;GUERRA;BORDE;SNYDER, 2016;GATTINI, 2016;PINTO;ROCHA, 2016;WHO, 2016;ABREU;BLANDON;HOLGUÍN, 2018;SAHA et al, 2018). Também são considerados como centros para melhorar a disponibilidade, o uso de informações e evidências científicas sobre o estado da saúde e tendências para o diálogo político, e para monitorar e avaliar a implementação de estratégias, programas e planos nacionais, subnacionais e internacionais (SIQUEIRA et al, 2013;WHO, 2016).…”

“…Tipicamente, os relatórios variam de acordo com a demanda dos stakeholders e contêm os principais resultados, conclusões e recomendações destinadas a facilitar o planejamento, monitoramento e avaliação dos sistemas de saúde, estado de saúde da população, programas e doenças específicos, determinantes da saúde e de progressos em acordos internacionais préestabelecidos (GATTINI, 2009;RASHIDIAN et al, 2013;SIQUEIRA et al, 2013;KÖGEL;COFIÑO;LÓPEZ, 2014;WHO, 2014;OSPINA et al, 2015;WHO, 2016 Alguns observatórios provêm uma plataforma para criação de redes, em que os stakeholders podem aprender e trabalhar em conjunto para traduzir e usar os melhores conhecimentos e evidências disponíveis na formulação de políticas e na tomada de decisões (HILL et al, 2005;WHO, 2016).…”

“…Muitos observatórios têm recursos limitados para manter um portal web ou coletar dados e produzir um perfil de saúde de um país ou região. Apesar de alguns observatórios possuírem sua própria equipe, a maioria conta com serviços de terceiros, que são contratados para um curto período, o que também prejudica sua sustentabilidade (HEALY, 2003;WHO, 2012;SIQUEIRA et al, 2013; CASTILLO-SALGADO, 2015; GUERRA; BORDE; SNYDER, 2016).…”