Por que os motociclistas profissionais se acidentam?: riscos de acidentes e estratégias de prevenção

Abstract

ResumoO trabalho dos motociclistas profissionais constitui o foco investigativo do presente estudo, que fornece elementos para subsidiar os atores sociais nas negociações relativas à melhoria das condições de trabalho da categoria. Adotando-se a abordagem teórico-metodológica da escola da ergonomia da atividade, foi possível conhecer os constrangimentos vivenciados e as estratégias construídas pelos motociclistas profissionais em face dos principais fatores socioeconômicos que geram pressão temporal no desenvolvimento da atividade.Os resultados obtidos foram analisados considerando-se o modo de funcionamento das unidades de produção em suas articulações com as instituições da cidade e a rede de serviços que garantem a meta de produzir mais em menor tempo. Finalmente, o estudo permitiu descrever os fatores acidentogênicos, ligando o plano macroeconômico e suas leis de mercado à rede técnico-organizacional que sustenta as unidades produtivas, gerando o comportamento do tempo zero. É nesta encruzilhada que o motociclista profissional elabora as suas estratégias para garantir as metas de produção, a satisfação do cliente e a sua autoproteção, nem sempre bem-sucedida, contra os acidentes no trânsito. Palavras-chave:

Acidentes de trânsito no Brasil de 1998 a 2010: muitas mudanças e poucos resultados

“…2,9,11,59 In four large urban centers ( 32,64 The motorcycle as a means of work is regarded as a potential factor for increased motorcycle casualties, 2,9,11,59 and motorcycle couriers are at high risk of RTA due to their job demands. 19,36,64,73 In São Paulo k and Porto Alegre 74 37% of deaths and 28% of emergency hospital admissions of motorcyclists were among motorcycle couriers. Pressure from customers and employers for fast deliveries, 19,73 pay on the basis of productivity and daily work shifts exceeding 10 hours 19,64 have been identifi ed as determinants of inappropriate driving.…”

“…19,36,64,73 In São Paulo k and Porto Alegre 74 37% of deaths and 28% of emergency hospital admissions of motorcyclists were among motorcycle couriers. Pressure from customers and employers for fast deliveries, 19,73 pay on the basis of productivity and daily work shifts exceeding 10 hours 19,64 have been identifi ed as determinants of inappropriate driving. Increased productivity is a justifi cation for their disrespect for traffi c laws.…”

“…Increased productivity is a justifi cation for their disrespect for traffi c laws. 19,32,65,73 Typical behaviors of young males including boldness, immaturity, a sense of invulnerability, a tendency to overestimate their abilities and driving inexperience allied to the need to become part of a group make them push the limits and transgress them, 1 which makes it more complex the issue of RTA. The executive veto of BVC Article 56 that prohibited driving between the lanes of traffi c on the grounds of offering "greater fl exibility of movement" further jeopardizes the safety of road users.…”

Acidentes De Transporte Terrestre Envolvendo Veículos Automotores No Estado Do Paraná

“…Provavelmente esse achado não é devido somente a maior frequência de acidentes com envolvimento desse tipo de veículo 17,18 20 . Essa atividade tem levado os motoristas à situações desfavoráveis para a segurança no trânsito: as jornadas de trabalho são longas, o uso de substâncias estimulantes é frequente e os hábitos de vida não são ideais [21][22][23][24] .…”

Segurança e mobilidade no trânsito: percepção da população de uma capital do Brasil central

“…Houve queda signifi ca va na mortalidade de pedestres e grandes aumentos na mortalidade de motociclistas (MORAIS NETO et al, 2012;WAISELFISZ, 2013). A queda da mortalidade de pedestres foi insufi ciente, pois os ciclistas e motociclistas, que também se enquadram nas categorias vulneráveis, con nuaram sendo as principais ví mas do trânsito no Brasil, especialmente os motociclistas (DINIZ; ASSUNÇÃO; LIMA, 2005;OLIVEIRA;SOUSA, 2011;PORDEUS et al, 2010;ROCHA;SCHOR, 2013;BARROS, 2006;VIEIRA et al, 2011;WAISELFISZ, 2013).…”