No dia 5 de maio de 2008, Andreabrasil31, uma usuária brasileira do YouTube, postou um vídeo intitulado "Crianças enterradas vivas na Amazônia -Hakani" junto com um link para a página do vídeo na internet: www.hakani. org (Andreabrasil31 2008). O vídeo, de 50 segundos, começa com uma advertência aos espectadores de que "contém nudez indígena e algumas imagens perturbadoras". Segue-se um close em terra vermelha sendo remexida como se alguém enterrado debaixo dela estivesse se debatendo na tentativa de emergir de volta à superfície, depois a tomada de uma pessoa batendo com os pés a terra solta, deixando-a firme. Vemos então uma indí-gena idosa contando o que aconteceu: "Aí ela cavou um buraco e colocou o bebê dentro dele. Jogou terra por cima e bateu a terra. O bebê chorou a noite toda e morreu no dia seguinte". Intercaladas com as imagens da velha mulher, vemos tomadas fragmentadas de um bebê sendo enterrado vivo. Em seguida, vemos um homem indígena afirmando: "O menino que foi enterrado vivo era o filho da minha irmã. Eu fiquei tão triste que o enterraram. Eu queria morrer com ele". Novamente, as imagens do narrador se alternam com tomadas rápidas do enterro de um bebê, incluindo uma muito chocante de um homem jogando terra no rosto parcialmente coberto do bebê. A isto se segue a imagem de uma mulher indígena nua segurando uma criança nos braços e dizendo: "Estamos fazendo este filme por causa das crianças". O vídeo se encerra com uma voz em off declarando que "Todo ano, centenas de crianças são enterradas vivas na Amazônia. Esta é a história de uma que sobreviveu: Hakani".Como se revelou mais tarde, o vídeo era o trailer de um filme de 35 minutos chamado Hakani, produzido pela ONG brasileira ATINI -Voz pela Vida para divulgar sua campanha contra o infanticídio indígena na Amazônia brasileira. O filme encena o que se apresenta como a história verdadeira de Hakani, uma menina suruwaha, e seu irmão mais velho Niawi, ambos *