Nacional estrangeiro: História social e cultural do modernismo artístico em São Paulo

Horizontes do pensamento social brasileiro

“…É claro, por exemplo, que os trabalhos de Sérgio Miceli (2001) são fortemente marcados por uma abordagem sociológica mais "dura", que visa explicar os processos intelectuais à luz dos condicionantes sociais dos agentes e das hierarquias e morfologia dos espaços em que atuavam, o que efetivamente contribuiu para consolidar a imagem pública do que chamamos de "contextualismo". Entretanto, há outros aspectos no trabalho do próprio Miceli que poderiam ser ressaltados e que foram obscurecidos por essa ênfase, como a análise da dimensão periférica dos espaços intelectuais no Brasil e na América Latina em relação aos centros hegemônicos e do impacto dessa dimensão na fatura das obras, um ponto trabalhado de forma mais cuidadosa no livro Nacional Estrangeiro (MICELI, 2003) e que foi bem apontado por Maria Arminda em um artigo sobre sociologia dos intelectuais e pensamento social (ARRUDA, 2004).…”

Sobre elites e instituições: caminhos de pesquisa

“…Também na esfera profissional são evidentes os embates travados em torno da adoção de inovações tecnológicas no direito (Dézalay, 1992(Dézalay, , 2004Engelmann, 2020;Menuzzi;Pilau, 2023). Mas algo semelhante ocorre ainda em áreas tão distintas quanto a medicina (Coradini, 1996(Coradini, , 2004, as engenharias e a administração (Barreiros, 2019;Grün, 1990) e as artes (Fernandes, 2010;Miceli, 2003;Schwarz, 1977). Todas elas funcionam como espaços em cujo interior são disputados critérios de excelência profissional em torno dos quais se organizam mecanismos de hierarquização de poder.…”