O momento pós-colonial africano enfrenta desde a segunda metade do século XX, dentre inúmeras adversidades, conflitos muitas vezes denominados como “étnicos”. Entretanto, existem autores que alertam para o uso excessivo e, por vezes pouco crítico de conceitos como etnia, etnicidade, tribo e nação, no intuito de caracterizar maneiras pelas quais operam os empasses políticos no continente africano. Ao observar a trajetória destes conceitos ao longo do tempo se torna possível explicitar os problemas vividos pelas populações africanas, bem como compreender a gênese dos modelos de estado-nação vigentes na contemporaneidade. A fim de divergir de antigos paradigmas que por longo período reduziram a complexidade da história africana, um melhor entendimento dos usos conceituais alinhado a uma historicidade meticulosa se torna necessário para a escrita de uma história da África com mais criticidade e livre de preconceitos, os quais ainda se encontram amarrados ao racismo cientificista do século XIX. Pormenorizar conceitos de análise direcionados aos estudos do continente africano são de suma importância para a escrita de uma história livre de estigmas e de preconceitos.