Identidade e corporação médica no sul do Brasil na primeira metade do século XX

Abstract

Este texto analisa a organização da medicina no Rio Grande do Sul nas primeiras décadas do século XX, por meio da atuação dos médicos na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, na Faculdade de Medicina de Porto Alegre e no Sindicato Médico Rio-Grandense. A proposta dos médicos conflitou com a organização política positivista que possuía assento no governo gaúcho até 1928, procurando formas de inserção diversas, visando o fim da liberdade profissional no estado. Sua organização consolidou-se com o regulamento nacional para o exercício da medicina e das profissões correlatas em 1932, embora apresentando problemas para sua execução no Rio Grande do Sul. A efetiva delimitação das atividades ocorreu com a reorganização dos serviços de higiene e saúde pública, através do Regulamento do Departamento Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, de 1938, que determinou minuciosamente todos os encargos da assistência médica social.

“Professional pharmacy and industrial pharmacy”: disputes between doctors and pharmacists in Salvador at the end of the 19th century

“…The era of defenders of Lombroso such as Nina Rodrigues with his persecution of mestiços healing practices and Pacífico Pereira, the author of long texts against charlatanism, was already in the past. It was an era during which, despite the generalized persecution, there was also much discussion regarding the freedom to practice medicine and the healing arts, undertaken by the first republicans who were adepts of positivism 28 . What remained, however, was the repression, combatting of difference, and violence, encountering new ways of reinforcing itself, mainly against poor, black workers.…”

“A pharmácia profissão e a pharmácia indústria”1: conflitos entre médicos e farmacêuticos em Salvador em fins do século XIX

“…Um deles foi a sobreposição de legislação, surgida com o Código Sanitário, que trazia a dificuldade de punir crimes que eram previstos e definidos no Código Penal, como o próprio charlatanismo, do que diversos droguistas foram acusados 26,27 . Já ia longe, porém, os tempos de defensores de Lombroso como Nina Rodrigues, com sua perseguição a práticas de cura dos mestiços, e de Pacífico Pereira, autor de longos textos contra o charlatanismo -época em que, apesar da perseguição generalizada, havia também muita discussão sobre a liberdade do exercício da medicina e das artes de curar, conduzida inclusive pelos primeiros republicanos, adeptos do positivismo 28 . O que prevaleceu, porém, foi a repressão, o combate ao diferente e a violência, encontrando novas for-mas para se disseminar, principalmente contra os trabalhadores negros e pobres.…”

O desafio de gerir gestores médicos nas instituições hospitalares: um estudo com hospitais privados brasileiros

“…A medicina é escolhida por profissão por diversos motivadores, mas não, necessariamente, pelo desejo de liderança e gestão. Essa informação é corroborada pela quase inexistência de disciplinas na graduação sobre gestão e liderança (WEBER, 2010).…”