2007
DOI: 10.1590/s0104-87752007000100004
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O Mapa das Cortes e o Tratado de Madrid: a cartografia a serviço da diplomacia

Abstract: RESUMO Este artigo pretende salientar a importância do emprego de mapas durante o processo negocial que conduziu à assinatura do Tratado de Madrid em 1750. Procura conhecer o processo de elaboração e as fontes utilizadas na "construção" do Mapa das Cortes, datado de 1749, destacando as viciações que apresenta. Avalia também a importância deste para a consecução do objectivo pretendido com aquelas negociações: o reconhecimento pela Espanha da ocupação territorial alcançada por Portugal no interior da América do… Show more

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“…It is agreed among scholars that Mapa das Cortes, presumably orientated by the meridian of Rio de Janeiro, has various imprecisions in terms of longitude, and much has been discussed about whether or not these distortions are intentional (see Ferreira, 2007). Cortes and confirms, as is to be expected, that despite having used the former, the latter is much less precise in terms of the location of various geographic points.…”
Section: Comparisons Between Carte De L'amérique Méridionale Mapa Damentioning
confidence: 99%
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“…It is agreed among scholars that Mapa das Cortes, presumably orientated by the meridian of Rio de Janeiro, has various imprecisions in terms of longitude, and much has been discussed about whether or not these distortions are intentional (see Ferreira, 2007). Cortes and confirms, as is to be expected, that despite having used the former, the latter is much less precise in terms of the location of various geographic points.…”
Section: Comparisons Between Carte De L'amérique Méridionale Mapa Damentioning
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“…11 One of the questions which still mobilizes the Historiography are the cartographic sources used to draft Mapa das Cortes, imprecisely cited by Alexandre de Gusmão. 12 To clarify this point, it is also an aim of this article to highlight the proximities between this map and Carte de l'Amérique Méridionale, investigating if the latter served as a source for the former, despite Alexandre de Gusmão prohibition of showing D'Anville's map to the Spanish. Although this was not known until now, it actually occurred and certainty of this can be found by observing the correspondence between the two documents in the configuration of the basins of the Rupunuwini, Essequebé and Negro rivers, which appear in Page 1 of Carte de l'Amérique Méridionale, and the same section of Mapa das Cortes.…”
mentioning
confidence: 99%
“…Segundo o autor, "There is nothing revolutionary in the idea that cartography in an art of persuasive communication" (HARLEY, 1989, p. 10), cuja tradução seria "Não há nada revolucionário na ideia de que cartografia é uma arte de comunicação persuasiva". Na mesma linha, estão as produções recentes de Mario Clemente Ferreira (2007), Júnia Ferreira Furtado (2011) 46. Em artigo de 2014, Oliveira faz um breve balanço da utilização da cartografia nas pesquisas recentes sobre América portuguesa.…”
unclassified
“…Assim, como a materialização de uma fronteira política deve-se muito mais ao efetivo exercício do poder em uma porção do espaço que por supostas características naturais ou históricas apresentadas pelos lugares (FOUCHER, 1991;MARTIN, 1993), as vilas, os presídios, fortificações e aldeamentos indígenas construídos e projetados a partir de então ficam sendo a expressão material do desejo de controle da Coroa sobre essa área, que cada vez mais se aproximaria de ser efetivamente agregada ao patrimônio territorial dos soberanos portugueses. 67 Por outro lado, as ações desenvolvidas pela metrópole no que diz respeito ao controle dos fluxos econômicos podem ser observadas por meio da instalação dos Registros e Contagens, formas espaciais especificamente geradas pela necessidade de se cobrar impostos e taxas que, além do mais, tentavam controlar também a circulação de mercadorias e pessoas internamente aos distritos mineradores.…”
Section: Capítulo IIIunclassified
“…A orientação da Coroa portuguesa para os negociadores apoiava-se fundamentalmente em dois princípios então considerados uma inovação para os costumes diplomáticos da época: a posse seria definida pelo uso e ocupação efetiva, conforme o instituto do uti possidetis, e as linhas fronteiriças a serem demarcadas deveriam ser balizadas em acidentes geográficos naturais (VIANA, 1965;CARVALHO, 1998 84 Dentre esses problemas, sem dúvida o episódio conhecido como Guerra Guaranítica (1750/1761), que envolveu uma aliança militar de Espanha e Portugal contra os indígenas e padres jesuítas que se recusavam a sair das terras que ocupavam os Sete Povos das Missões, que deveriam passar agora ao domínio português, é o mais interessante, pois demonstra claramente a oposição de interesses no controle de terras e homens, assim como o processo diferenciado de constituição de territorialidades conflitantes, que não se reduziam à projeção territorial estatal (PÍRIZ, 2001;GOLIN, 2004). Após a expulsão dos jesuítas dos domínios portugueses em 1759, e dos Contudo, sabendo que além das guerras contra diversos povos indígenas, as doenças e a invariável fome, as expedições encontravam-se ainda em voltas com insistentes dificuldades técnicas, como por exemplo o cálculo mais exato das longitudes (BUENO, 2004) ou a questão do estabelecimento no terreno de quais seriam os rios indicados entre aqueles escolhidos como limites, evidenciou-se que o material produzido pelas inúmeras bandeiras de exploração desde o final do século anterior, e mais ainda as "notícias" e informações comumente utilizadas pelos práticos das Monções, dariam uma expressiva vantagem aos negociadores portugueses (BICALHO, 1999;FERREIRA, 2007 espanhóis em 1767, essa região, parcialmente abandonada e tida como espécie de território neutro, os chamados "campos neutrais" na letra dos Tratados que se seguiram, de soberania indefinida portanto, passa a ser área de trânsito de grupos indígenas não conquistados, gado e colonos de ambas as Coroas Ibéricas até o início do século XIX, quando com a abertura de fazendas por luso-brasileiros, avança a criação de gado sobre os campos encharcados do pantanal Sul. 85 "Mapear significava conhecer, domesticar, submeter, conquistar, controlar, contradizer a ordem da natureza.…”
Section: ) a Autonomia Administrativaunclassified