“…(Moraes, 2014: 30) 10 Fazendo um ajuste de foco, vejamos como essa proposta de enquadramento geográfico dos processos históricos pode auxiliar na compreensão das especificidades que envolvem a formação territorial do Brasil. Partindo de pesquisa anterior, que tinha o objetivo de contribuir para a reconstrução do território brasileiro nos anos que antecederam a emancipação política do país, no início do século XIX, avoca-se que o espaço construído herdado quando da colonização portuguesa funcionou como elo que estabeleceu certa continuidade entre a Colônia e o Império (Nogueira, 2008 18 A relação existente entre a expansão do povoamento para os sertões goiano e matogrossense, impulsionada no Setecentos pela economia mineradora, e o desenvolvimento de políticas territoriais com o desígnio de consolidar a soberania da Coroa por áreas que excediam em muito as terras efetivamente ocupadas em seus três séculos de dominação, dão sustentação a esse argumento. Em destaque, há que se notar a diferença existente entre a região dinamizada pela rede de cidades construída em Goiás, a borda que demarcava os limites do território usado da colônia, e as áreas de fronteira ligadas aos núcleos avançados de povoamento localizados em Mato Grosso, que conferiam certa materialidade ao espaço de soberania formal da América portuguesa, sendo alvo prioritário das ações de cunho geoestratégico (Nogueira, 2012).…”