2002
DOI: 10.1590/s0104-71832002000200018
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Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia

Abstract: O encontro de um antropólogo com um povo é sempre fruto de um acaso e de uma busca. Hoje, revejo-me debruçado sobre um mapa da Amazônia, tendo ao meu lado uma lista de nomes de grupos indígenas, à procura de um lugar e de um povo para pesquisar. Mas foi na mesa de um bar, em um dia qualquer de 1987, que ouvi falar pela primeira vez dos Parakanã, em particular de um de seus subgrupos, então recém-contatado. Essa palavra soou como música em meus ouvidos, pois eu buscava um canto isolado, uma ilha, onde imaginava… Show more

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“…Contudo, especialmente em relação ao universo gráfico de Diamantina, mas não só a ele, há uma questão que estamos começando a explorar que é a corporalidade das figuras. Sabemos que, nas filosofias ameríndias, corpos são fabricados (relacionalmente) e conhecemos a centralidade que os corpos têm na definição dos seres e de seu modo de atuar no mundo (Vilaça, 1992;Souza, 2001;Fausto, 2001;Viveiros de Castro, 2002a Destacamos a esse respeito que, nos sítios da região de Diamantina, parecia não haver necessidade de, ao se pintar, compor grafismos inteiros, completos, autônomos 10 (Isnardis, 2009a, p. 86;Linke et al, 2020, p. 14). Na maioria dos casos, pintam-se figuras em que todo um 'corpo' de zoomorfo é composto, somando-se a outros zoomorfos que já ocupam as paredes.…”
Section: Observando Relações Entre Grafismos Rupestresunclassified
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“…Contudo, especialmente em relação ao universo gráfico de Diamantina, mas não só a ele, há uma questão que estamos começando a explorar que é a corporalidade das figuras. Sabemos que, nas filosofias ameríndias, corpos são fabricados (relacionalmente) e conhecemos a centralidade que os corpos têm na definição dos seres e de seu modo de atuar no mundo (Vilaça, 1992;Souza, 2001;Fausto, 2001;Viveiros de Castro, 2002a Destacamos a esse respeito que, nos sítios da região de Diamantina, parecia não haver necessidade de, ao se pintar, compor grafismos inteiros, completos, autônomos 10 (Isnardis, 2009a, p. 86;Linke et al, 2020, p. 14). Na maioria dos casos, pintam-se figuras em que todo um 'corpo' de zoomorfo é composto, somando-se a outros zoomorfos que já ocupam as paredes.…”
Section: Observando Relações Entre Grafismos Rupestresunclassified
“…Entre os aspectos destacados por um ampla produção etnológica que tem as comunidades ameríndias como tema, seja em esforços de síntese, seja em etnografias, está a natureza intensamente relacional das cosmologias indígenas -o que se observa inclusive entre autoras(es) de orientações teóricas um pouco diversas. Esse destaque pode ser encontrado tanto nas sínteses proponentes do perspectivismo ameríndio (Viveiros de Castro, 2002a;Lima, 1996Lima, , 2005 e nas etnografias de pesquisadoras(os) ligadas(os) a essa construção teórica (Vilaça, 1992;Lima, 2005;Fausto, 2001;Teixeira-Pinto, 1997;Viveiros de Castro, 1986, 2002b, quanto em sínteses de outras tendências (Descola, 2005;Gallois, 2005) e em outras produções etnográficas (Overing, 1991;Lea, 2012;Novaes, 2006;Descola, 2006;Kopenawa & Albert, 2015).…”
Section: Em Busca De Repertórios Teóricos Para Pinturas E Pessoas Em ...unclassified
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“…Mas a idiomática da captura parece ter precedência expressiva em relação a outras modalidades de ligação e associação entre povos, gentes, seres ou ambientes. Não parece ser outro o sentido da forte pregnância do dispositivo da "predação cosmológica", conforme desenvolvido por Viveiros de Castro (1993) e outros, ou de sua contraface "familiarizante", conforme Fausto (2001). Tanto predar como familiarizar, enquanto operadores predominantes, necessitam da ideia de captura em primeira linha -da inscrição de uma perspectiva através de determinado nível de afirmação (no sentido nietzschiano): vontade de potência, aumento de valência.…”
Section: Captura Na Etnologia Amazônicaunclassified
“…A oposição planta plantada, que considera a ação humana na planta, e planta não plantada, decorrente de uma ação natural ou não humana sobre a planta, nos remete a outra oposição relacionada ao binarismo decorrente das ações de Sol e Lua: a oposição entre roça (pohr) e floresta (ehjrom). Assim, a primeira é tida como espaço domesticado pela ação humana, e a segunda, enquanto local daquilo considerado selvagem, como já observado entre outros povos na etnologia ameríndia (Ladeira, 1982;Fausto, 2001;Oliveira, 2012).…”
Section: Conhecimento Indígena E Cosmografia Gavião Pyhcop Catijiunclassified