Para além das classificações biomédicas: a experiência do câncer de mama no Brasil, 1990-2015

Abstract

Resumo Analisa as experiências de adoecimento por câncer de mama de mulheres em tratamento no Hospital do Câncer III do Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro. Argumenta que parte da experiência das mulheres entrevistadas foi construída pela interação entre a convivência familiar e a mobilização de diferentes significados culturais da doença e da feminilidade, negociando sentidos para entidades biomédicas. O estudo resulta de uma pesquisa qualitativa de inspiração etnográfica, que entrevistou mulheres em tratamento de câncer de mama ao longo de 2015. Parte dos depoimentos para discutir a interação da sociedade com as entidades biomédicas para a significação do câncer no Brasil entre as décadas de 1990 e 2010.

Dispositivo intrauterino de levonorgestrel como medida profilática de doenças endometriais em pacientes em hormonioterapia no câncer de mama

“…Analisadas as experiências de adoecimento por CA de mama de mulheres em tratamento no Hospital do Câncer III do Instituto Nacional de Câncer do Rio de Janeiro, argumenta-se que parte da experiência das mulheres entrevistadas foi construída pela interação entre a convivência familiar e o apoio de diferentes significados culturais da doença e da feminilidade, negociando sentidos para entidades biomédicas. 3 O estudo resulta de uma pesquisa qualitativa de inspiração etnográfica, que entrevistou mulheres em tratamento de CA de mama ao longo de 2015. Tais depoimentos trazem a discussão entre a interação da sociedade com as entidades biomédicas para a significação do CA no Brasil entre as décadas de 1990 e 2010.…”

“…Tais depoimentos trazem a discussão entre a interação da sociedade com as entidades biomédicas para a significação do CA no Brasil entre as décadas de 1990 e 2010. 3 Os principais fatores de risco ao desenvolvimento do CA de mama são os endócrinos, genéticos-hereditários, hábitos de vida e o próprio envelhecimento; salienta-se mutações de BRCA1 e 2 no evoluir do CA de mama, onde apenas um alelo mutado é capaz de inativar genes de supressão tumoral. Entretanto, os fatores hereditários se sobrepõem, sendo necessária a testagem em mulheres com histórico familiar.…”

“…Em contrapartida, o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG) causa profunda supressão endometrial. 2,3 Esta revisão sistemática considerou a evidência de que o SIU-LNG previne o desenvolvimento de patologia endometrial em mulheres que utilizam o tamoxifeno como terapia endócrina adjuvante para tratamento de CA de mama. Não há evidências claras e disponíveis de que o SIU-LNG afete o risco de recorrência do CA de mama ou mortes relacionadas a então neoplasia.…”

“…São diversos os riscos para o desenvolvimento da neoplasia, sendo elevado quando há histórico de acometimento prémenopausa em familiares de primeiro grau, antecedentes hiperplásicos epiteliais atípicos, neoplasia lobular in situ e suscetibilidade genética comprovada por mutação de BRCA1-2 . 3 Seu diagnóstico é realizado por análise histopatológica, cujo laudo deve conter as características do tumor: tamanho, tipo, grau histológico, status linfonodal. Além da avaliação de margens de segurança para cirurgia de ressecção, marcadores de prognóstico e preditivos por imunohistoquímica.…”

“…Além da avaliação de margens de segurança para cirurgia de ressecção, marcadores de prognóstico e preditivos por imunohistoquímica. 3,4 TABELA 1 -Síntese dos artigos incluídos A partir disso, faz-se o estadiamento do tumor na classificação TNM (T: tumor; N: linfonodo; M: metástase) e define-se o seguimento do tratamento. Em relação às modalidades terapêuticas, têm-se três principais: 1) cirurgias conservadoras ou não conservadoras; 2) radioterapia para tratamento local e regional após a cirurgia conservadora; 3) quimioterapia para tratamento sistêmico.…”