Ardentes trópicos: febres e saúde pública no Brasil joanino

Abstract

Resumo Com exceção da febre amarela, as febres ainda foram pouco exploradas pela historiografia da saúde brasileira. No século XIX, contudo, sua presença na vida social era quase incontornável, atingindo enormes parcelas da população. Suas vítimas padeciam de uma grande variedade de sintomas em que a identificação e a terapêutica eram objeto de intensos debates nos círculos médicos. A intelectualidade luso-brasileira, atenta tanto aos debates médicos europeus quanto a experiências clínicas, esforçou-se para fornecer respostas na forma de intensa produção impressa; no entanto, as manifestações febris encontradas nos trópicos representavam um desafio extra à sua formação europeia, forçando-a a conjugar experiências adquiridas em partes distintas do Império na constituição de saberes específicos sobre as febres tropicais.

The “reality of the knowledge and the ability instilled”: climate, doctors, and public health in Brazil, 1808-1835

“…The work had also been prepared in compensation for the elation and other gifts, awarded by the king to the doctor and to his son 8 (p. 3,4). This case is similar to the story of Francisco de Mello Franco, who, though did not live to see the rupture consolidated, apparently had the sympathy of the Emperor, of which his sons benefited after his death 6 .…”

“…Fevers, smallpox, and dysentery were among the diseases that affected the population repeatedly in that day, even members of the Court were not protected from those scorges 6 . In 1813, the newspaper "O Patriota", a short lived publication which nonetheless published many important scientific works at the time, published the results of a consultation by the Municipal Assembly of Rio de Janeiro about the endemic and epidemic diseases in the capital.…”

A “realidade do saber e da habilidade que se inculca”: clima, médicos e saúde pública no Brasil, 1808-1835

“…Febres, varíola e disenteria estavam entre as doenças que afetavam a população de forma renitente naqueles tempos, e mesmo membros da Corte não estavam a salvo dos flagelos 6 . Em 1813, o jornal O Patriota, um periódico de vida curta, porém veículo de importantes trabalhos científicos na época, publicou os resultados de uma consulta da Câmara da cidade do Rio de Janeiro a respeito das doenças endêmicas e epidêmicas da capital.…”

“…O trabalho teria sido preparado em retribuição ao júbilo e a outras benesses destinadas ao médico e também a seu filho pelo monarca 8 (p. [3][4]. O caso é similar ao de Francisco de Mello Franco, que embora não tenha vivido muito para ver a ruptura consolidada, aparentava ter a simpatia do imperador, algo de que seus filhos se beneficiaram após sua morte 6 .…”