Uma fotografia, múltiplas imagens: a educação rural no norte do Brasil

Educação escolar em comunidades de vaqueiros no Arquipélago do Marajó

“…O que confirma nossa análise de diminuição dos espaços escolares. Araújo (2010), em estudo sobre a educação rural no norte do Brasil, também fez um importante registro de 14 (quatorze) escolas que existiam nas fazendas da região rural de Soure na década de setenta (Quadro 02), e destaca um fator que influenciava a existência e a manutenção destas escolas, a relação dos fazendeiros com o poder público local, estadual e, até mesmo, nacional. O registro de Araújo ( 2010) evidencia que muitos dos fazendeiros tinham mais interesses políticos eleitorais do que educacionais, com fortes relações com o regime ditatorial que o país foi submetido a partir da década de 1960 (sessenta), como o fazendeiro Alacide Nunes que era dono da fazenda Camburupi, o qual sendo militar, foi Governador do Estado do Pará por dois mandatos e, assim, percebe-se contraditoriamente a diminuição das escolas com a redemocratização do país, quando diminui parte do poder político destes fazendeiros em nível nacional.…”

“…Além disso, o não investimento em um processo educativo escolar de todas as etapas da Educação Básica reforça no interior das fazendas o que Araújo (2010), identificou como controle dos fazendeiros sedimentado por meio de ações que envolvem a servidão, o afilhadismo e o compadrio, tornando as comunidades de vaqueiros dependentes de seu favor, como um modo arcaico de relação social.…”