A duras penas: estratégias, conquistas e desafios da enfermagem em escala mundial

Abstract

Discutem-se os rumos e transformações da enfermagem como profissão, em escala mundial, desde as últimas décadas do século XIX. Num cenário de intenso intercâmbio de idéias e práticas entre as lideranças do movimento, que desconheciam fronteiras nacionais e conformavam espaços de associação e interação verdadeiramente transnacionais - como o Conselho Internacional de Enfermagem -, a literatura insiste na hegemonia de 'modelos nacionais' diferenciados, prontos para exportação. As idéias que predominavam entre as novas lideranças eram, na verdade, um amálgama de diferentes tradições. O modo como se propagaram variou de país para país, diante das tradições culturais e das estruturas sociais vigentes. No Brasil, não se pode falar de uma 'alternativa francesa' aos rumos da enfermagem, liderados pela Escola Anna Nery, sem que se desfigurasse ou comprometesse o processo de profissionalização então em curso. O processo lento, descontínuo e freqüentemente contraditório, de expansão da enfermagem em todo o mundo, constitui o tema do presente artigo.

Imagem pública da enfermeira: pesquisa documental (1910-1920)

“…Outro estudo apontou a fragilidade da liderança pela Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, pondo em evidência que as comemorações do Dia da Enfermeira, na década de 1920, eram disputadas nas páginas das revistas pela Cruz Vermelha Brasileira 7 . A documentação examinada desvela a disputa das duas instituições de ensino na imprensa ilustrada, inclusive na diagramação de algumas páginas, na modalidade de mosaico, a ritualista realizada por ambas, quando a Cruz Vermelha Brasileira liderava, quantitativamente, nas imagens publicadas.…”

Enfermeiras diplomadas para a aeronáutica: a organização de um quadro militar para a Segunda Guerra Mundial

“…This line of thought and posture were extremely important for the delayed political and social development of nursing. 15 Indeed, as a result of the social and symbolic capital accumulated by Laís Netto dos Reys, the minister of the Air Force named the candidates 2 nd Class nurses, who were incorporated into the Air Force as 2 nd lieutenant, granting them conditions equal to their male peers. Initially, this was not the case for the group who accompanied the Army to the war, which was named 3 rd class, that is, without the function of officers and the rights inherent to this condition.…”

“…Hence, at the same time as the photograph confirms the Brazilian nurses' prestige through their occupation of a military and international space, it also reaffirms the symbolic power of that group, which granted the nurses that distinction, as the agents can use the proximities or distances to gain certain advantages. [14][15][16][17][18] While hardly anything was done in Brazil to use the Army and Air Force nurses' experience in war practice, in the other allied nations, mainly the United States, the material and human reconversion for times of peace was already studied since the start of the war. [17][18] According to Elza Cansanção Medeiros, one of the Brazilian nurses who participated in the war through the Army, "the six heroes of the FAB did not receive the kindness and honors they were entitled to.…”

A interação entre médicos e enfermeiras em um contexto hospitalar

“…In the Portuguese-language nursing literature, the feminine version of "nurse" ("enfermeira") is commonly used to refer to nurses in general, as a way of signaling the gendered nature of the profession. There are articles that emphasize the importance of nursing for women's insertion into the job market [1][2][3][4] . On the other hand, for physicians, the masculine term ("médico") is commonly used.…”