O pensamento político de Hegel à luz de sua filosofia do direito

Abstract

O objetivo deste trabalho é analisar o pensamento político de Hegel a partir de sua "Filosofia do Direito", apresentando uma exposição sistemática daquilo que o autor compreendeu por filosofia, na qual a política é uma conseqüência inevitável, já que o seu sistema teórico privilegia a unidade lógica. Utilizei, na elaboração do presente texto, um critério muito simples: apresentar o pensamento político hegeliano à luz do seu próprio tempo, levando em consideração as dificuldades normais que todos sentem na expressão de idéias universais a partir de experiências singulares. Com isso, desejo assinalar que, embora Hegel tenha pensado o Estado dentro da perspectiva do universal concreto, seu olhar é prussiano e voltado aos problemas da unidade alemã. O artigo está dividido em duas partes. A primeira é uma exposição do conteúdo filosófico do autor, ao passo que a segunda parte procura fazer um estudo sistemático do seu pensamento político, tendo por limite sua "Filosofia do Direito". Essa sistematização é compreensível, já que, originalmente, o presente texto fazia parte de minha Dissertação de Mestrado, em que pude fazer uma relação entre Hegel e o pensamento de Marx em 1843, tal como expresso em "Crítica da Filosofia do Direito de Hegel". Ao final, como conclusão, argumento que, mesmo sendo relevante o conjunto das críticas de Marx, o pensamento hegeliano parece retratar não só o Estado moderno, mas também o contemporâneo, sobretudo o dos últimos trinta anos, em que cada vez mais o poder Legislativo perde, por motivos diversos, o seu papel de legislar, sendo substituído pelo poder Executivo, ao qual cabe o incremento do universal no seio das particularidades.

Discurso político e retórica: atemporalidade e passionalidade

“…[...] Essas cisões são frutos de um pensamento abstrato que analisa as partes e desconsidera o todo" (RAMOS, 2021, p. 163). Em consonância com essa concepção, temos Trotta (2009). De acordo com esse autor, Hegel entendia que "ser" e pensamento não se opunham.…”

O conhecimento dos servidores do IFC Campus São Bento do Sul sobre os princípios e concepções da educação profissional e tecnológica

“…Desta forma, só existe dialética se houver movimento, e o movimento só acontece se existir processo histórico. Entende-se então que a realidade sob a ótica da concepção materialista traz em si que todas as transformações, conflitos e contradições provam que as ideias são reflexos do mundo exterior e não o contrário, como pregava Hegel (TROTTA, 2009).…”

Theorizing state-environment relationships

“…The state should become a sophisticated juncture of normative, social and economic drivingforces (Hegel, 1964). Consequently, Hegel anticipated some elements of the constitutional welfare state in the middle of the last century (Avineri, 1972;Levine, 2009), but at the same time he also provided ammunition for the liberalizing experience of the last decades of the 20th century when national parliaments lost power and delegated law-making responsibilities to the executive branches of the state and to private enterprises (Trotta, 2009). Although the neoliberal state is sometimes related to the Kantian claim that the only innate human right is freedom, in effect neoliberalism requires a careful combination of market freedom, economic intensification and political legitimization that also closely follows Hegelian political thinking.…”