Clientelismo e democracia capitalista: elementos para uma abordagem alternativa

Abstract

O objetivo central deste artigo é apresentar um conceito da barganha político-eleitoral ("clientelismo") compatível com o de democracia capitalista. O argumento é que o fundamento das práticas clientelistas encontra-se não em uma herança de relações pré-capitalistas, mas, sim, na própria estrutura social capitalista. A cidadania política comporta como uma das alternativas o modelo competitivo análogo ao mercado econômico. O enfoque é ilustrado com o estudo empírico de uma subregião do Nordeste brasileiro.

“Gestão Democrática” No Ensino Público: Um Paradoxo Do Estado Neopatrimonialista Brasileiro? - O Caso Do Ceará

“…As pressure mechanisms for the fulfillment of their objectives, such agencies condition the release of funds to the adoption of their policies. Farias (2000), in his work Clientelism and Capitalist Democracy: elements for an alternative approach, clarifies that:…”

Terrorismo, medo e recrudescimento do controle: traços da política punitiva no mundo contemporâneo

“…1) está correto ao afirmar que "entre as condições da democracia, a menos lembrada é que idéias erradas sobre ela a fazem dar errado", Santos (2003) procura identificar os erros propondo "democratizar a democracia". Mesmo no capitalismo, em que a democracia, determinada pela estrutura do Estado burguês, estabelece as condições políticas da dominação de classe, "uma política de esquerda que venha a obter sucesso no interior dessa democracia poderá minimizar os efeitos reprodutivos favoráveis à ordem social dominante" (FARIAS, 2000). De fato, não há como imaginar a democracia como suficiente para mudar a estrutura social classista e exploratória.…”

Educação Popular e Saúde e democracia no Brasil

“…As explicações desse desvirtuamento da democracia remetem, em países como o Brasil, ao contexto marcado pela pobreza, pela baixa escolaridade e pelo passado pré-moderno 17 , uma alusão ao passado escravista relativamente recente.…”

“…Ademais, o clientelismo supõe o eleitor como um sujeito que faz um cálculo utilitário: aceita "um benefício imediato e certo ao invés de apostar em vantagens mais amplas, porém incertas" 17 (p. 50). A incerteza advém do fato de que as políticas públicas das quais poderia ser beneficiário sob a forma de serviços como contrapartidas de direitos sofrem restrições orçamentárias, passam por processos burocráticos, estabelecem exigências às vezes incompatíveis com a situação imediata do eleitor e assim por diante.…”

“…Em oposição a essa concepção, o Farias cita um texto de Paul Singer (c) para afirmar que a competição pelo voto é um investimento político financeiramente sustentado 17 , tanto mais significativo quanto maior o nível e o âmbito da eleição (majoritário ou proporcional).…”