“…O regime ditatorial-militar no Brasil durou 25 anos, em um período que compreende 1964 até 1989, registrando nesse período de tempo a existência de seis governos, e pode ser dividido em cinco grandes fases, segundo Codato (2005): a primeira, a de constituição do regime político ditatorial-militar, correspondendo aos governos Castello Branco e Costa e Silva, que vai de março de 1964 até dezembro de 1968; a segunda fase, de consolidação do regime, correspondendo ao governo Médici, indo de 1969 até 1974; a terceira fase, de transformação do regime ditatorial, correspondendo ao governo Geisel, de 1974 até 1979, a quarta fase, de desagregação do regime, sob o governo Figueiredo, de 1979Figueiredo, de até 1985; e a última fase, a de transição do regime ditatorial-militar para um regime liberal-democrático, abarcando o governo Sarney, de 1985de até 1989de (CODATO, 2005. Um período marcado por intensa repressão política, cassação e supressão de liberdades políticas e de ausência real de oposição, abarcando alguns aspectos de clientelismo e práticas de trocas de favores de cunho eleitoral (FERRAZ, 1999). Raymundo Faoro, ao analisar as articulações em torno da eleição presidencial de 1984, aponta uma série de manobras, continuísmos, acordos e disputas que viriam de longa data, e que mostrariam uma sedimentação de procedimentos e atitudes políticas que teriam eternizado um padrão de domínio oligárquico e estamental; para Faoro, a ordem estamental em vigência, ao longo da história do país, continuou a vigorar após 1964 e continuaria a existir após o fim do regime militar (REZENDE, 2011).…”