Percepções sobre a discriminação homofóbica entre concluintes do ensino médio no Brasil entre 2004 e 2008

Abstract

A discriminação homofóbica no contexto escolar é um problema grave em vários níveis de ensino, e está associada negativamente à percepção dos estudantes sobre o ambiente escolar. O presente estudo utiliza dados de 6.414.302 estudantes com idade entre 16 e 25 anos disponíveis no questionário sócioeconômico do Exame Nacional do Ensino Médio entre 2004 e 2008. São apresentados dados sobre a incidência de três fatores associados à homofobia entre concluintes do ensino médio: (1) sofrer discriminação homofóbica, (2) presenciar discriminação homofóbica e (3) admitir homofobia. A análise da associação entre a homofobia e a percepção dos estudantes sobre sua educação no ensino médio revela que os estudantes que não relatam ter sido alvos da discriminação homofóbica avaliam sua experiência escolar de forma mais positiva que seus pares que sofreram discriminação.

Bullying e Homofobia: Aproximações Teóricas e Empíricas

“…Na busca por uma aproximação entre as temáticas da violência escolar -aqui especificada através do bullying -e do preconceito homofóbico, observa-se que na literatura nacional várias produções podem ser acessadas acerca da manifestação da homofobia na escola (Abramovay, Castro, & Silva, 2004;Asinelli-luz, & Cunha, 2011;Borges, Passamani, Ohweiler, & Bulsing, 2011;Junqueira, 2009;Toneli, 2006). No entanto, um levantamento feito nos bancos de dados eletrônicos, realizado em julho de 2012, foi observado que quando utilizadas as palavras "bullying e homofobia" ou "bullying homofóbico", não se tem uma produção tão vasta.…”

Integrative review of violence against LGBTQI population in Brazil

“…Not surprisingly, the authors found out that the homophobic prejudice is significantly higher among male than female students, the amount of male students who would not like to have homosexual mates was over 3 fold higher than female. 9 Along with that Nardi highlights the work of Louro in 'Heteronormativity and Homophobia', which pointed out that in Brazilian culture the heteronormativity is more intense or visible among men than women. 5 In addition, the study of Asinelli-Luz & Cunha 9 reported that 4% of the students had suffered homophobic discrimination while 63.6% of students had witnessed that in the year of 2008.…”

“…9 Along with that Nardi highlights the work of Louro in 'Heteronormativity and Homophobia', which pointed out that in Brazilian culture the heteronormativity is more intense or visible among men than women. 5 In addition, the study of Asinelli-Luz & Cunha 9 reported that 4% of the students had suffered homophobic discrimination while 63.6% of students had witnessed that in the year of 2008. 9 On the other hand, the work of Teixeira et al 12 which has analysed data of 2,282 high school students from 3 cities of São Paulo, reported that 54.5% of bisexual students and approximately 80% of gay and lesbian students had experienced some type of embarrassment or aggression due to their sexuality.…”

“…Similarly, data from the study of Asinelli-Luz & Cunha 9 support the negative impact of homophobia on school commitment when high school students who underwent homophobic victimization rated their education lower than students who did not experience that. 9 In addition, Borges et al 10 pointed out that the constant homophobic violence many times lead students to quit school. This situation is also stated by Nardi (2011) among transvestite, transgender, and transsexual people (TTT) who, according to the author, have a hard time at school and only few of them finish the first cycle of school.…”

<b>Juventudes e ensino médio: tensões e disputas pelos sentidos

“…A escola particular, foco da nossa pesquisa, faz sentido para os jovens da classe média/alta, não tanto pela forma como trabalha, nem pela qualidade de seus professores ou de sua infraestrutura, mas porque quem a frequenta efetivamente faz parte de um público em que êxito e sucesso estão já definidos/garantidos, não por mérito, empenho e dedicação, como pensam os próprios jovens, mas pelo lugar social que ocupam. Além disso, como nos ensinam principalmente os estudos étnico-raciais e de gênero (Asinelli-Luz, & Cunha, 2011;Pereira, 2011), ela faz sentido porque os conteúdos nela trabalhados têm relação direta com a cultura desses jovens, isto é, são conteúdos brancos, masculinos, heterossexuais, cristãos, eurocêntricos. Mais do que isso, ela é exitosa em seus objetivos porque vivemos numa sociedade extremamente desigual.…”