2021
DOI: 10.1590/s0104-12902021200535
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Masculinidade em tempos de pandemia: onde o poder encolhe, a violência se instala,

Abstract: Resumo No contexto de emergência da pandemia causada pela covid-19, o objetivo deste ensaio é refletir sobre as relações homem-poder-violência a partir das concepções de Hannah Arendt, problematizando o conceito normalizado de masculinidade hegemônica e buscando compreender o aumento de violência doméstica contra a mulher. Buscamos desconstruir a ideia de que existe um único modelo de masculinidade hegemônica que propõe uma dominação global dos homens sobre as mulheres, uma vez que mulheres também apresentam a… Show more

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“…Ao pensarmos o item 3 da socialização cisheteronormativa masculina proposta por Medrado et al (2021), referente à dinâmica doméstica, percebemos que colocar os homens mais tempo dentro de seus lares pode ter um efeito de violência mútua, tanto para eles, que sofrem mais em decorrência dessas vivências, como para as pessoas com quem convivem, pois vale lembrar que mulheres, adolescentes, idosos e LGBTQIA+ se tornam ainda mais vulneráveis nesses cenários domésticos (Santos et al, 2021). É importante ressaltar que o cenário de isolamento causado pela pandemia aumenta as vulnerabilidades de quem está sofrendo violências domésticas, pois ao conviver com o agressor, não há a possibilidade de realizar denúncias presenciais, causando assim um efeito de subnotificação dos casos de violência (Baggenstoss, Li & Bordon, 2020).…”
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“…Ao pensarmos o item 3 da socialização cisheteronormativa masculina proposta por Medrado et al (2021), referente à dinâmica doméstica, percebemos que colocar os homens mais tempo dentro de seus lares pode ter um efeito de violência mútua, tanto para eles, que sofrem mais em decorrência dessas vivências, como para as pessoas com quem convivem, pois vale lembrar que mulheres, adolescentes, idosos e LGBTQIA+ se tornam ainda mais vulneráveis nesses cenários domésticos (Santos et al, 2021). É importante ressaltar que o cenário de isolamento causado pela pandemia aumenta as vulnerabilidades de quem está sofrendo violências domésticas, pois ao conviver com o agressor, não há a possibilidade de realizar denúncias presenciais, causando assim um efeito de subnotificação dos casos de violência (Baggenstoss, Li & Bordon, 2020).…”
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“…É importante ressaltar que o cenário de isolamento causado pela pandemia aumenta as vulnerabilidades de quem está sofrendo violências domésticas, pois ao conviver com o agressor, não há a possibilidade de realizar denúncias presenciais, causando assim um efeito de subnotificação dos casos de violência (Baggenstoss, Li & Bordon, 2020). Santos et al (2021) ajuda a compreender a violência como um fator estruturalmente construído na sociedade patriarcal, tornando possível relacionar esse aumento de violência ao contexto de pandemia, pelos fatores de maior convívio social, já que os homens estão mais tempo em casa e precisam se deparar com um espaço que não é deles, ao mesmo tempo em que aumenta a possibilidade de controlar e exercer poder contra as mulheres e familiares. Outro fator que chama a atenção é a desestabilização dos homens, já que, com o desenrolar da pandemia, vimos um aumento significativo de demissões em massa, bem como a ampliação da crise política e da saúde, fatores que ferem circunstancialmente a posição que o homem toma para si na sociedade.…”
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