Procedimentos de biossegurança adotados por profissionais de serviços de embelezamento

Abstract

ResumoO objetivo deste estudo foi investigar procedimentos de biossegurança adotados por profissionais de manicure, pedicure, tatuagem, piercing e maquiagem definitiva em Jacareí-SP. Utilizou-se abordagem descritiva e observacional de corte transversal. A pesquisa de campo foi realizada entre maio e junho de 2011. Foram feitas quarenta entrevistas com profissionais de estabelecimentos localizados no centro e nos dez bairros mais populosos. Utilizou-se questionário para avaliar conhecimentos e atitudes dos profissionais e um formulário para a observação de seus procedimentos e estrutura física dos estabelecimentos. Verificou-se falta de conhecimento sobre biossegurança pelos profissionais e deficiência na regulamentação desses serviços. Embora 55% dos profissionais tenham realizado treinamento, seus procedimentos e a infraestrutura dos estabelecimentos foram favoráveis à transmissão de doenças. Sobre os processos de limpeza, desinfecção e esterilização de instrumentais, nenhum dos entrevistados sabia o tempo e a temperatura ideal para a esterilização, 57,5% tinham equipamento inadequado para sua realização e 80% não tinham termostato ou termômetro no equipamento para a conferência da temperatura. Apenas 57,5% acreditavam que poderiam transmitir doenças durante sua prática profissional. Quarenta e cinco por cento dos entrevistados relataram ter tido contato com sangue sem luvas. Outro problema observado foi a reutilização de materiais descartá-veis. Somente 10% possuíam área específica para a esterilização de instrumentais. Evidenciou-se a necessidade de formação de qualidade sobre boas práticas de biossegurança a esses profissionais, além de normas e diretrizes pormenorizadas para a prevenção de infecções nesses serviços, bem como a melhoria da vigilância nesses estabelecimentos.

Biossegurança em serviço de embelezamento: conhecimento e práticas em uma capital do nordeste brasileiro

“…More than half of the respondents had completed secondary education and have been working in the beauty segment for about 10 years, which is consistent with other findings (6)(7) . However, such characteristics do not ensure compliance with good biosafety practices in the work setting (8)(9)(14)(15) .…”

“…Data reveal the lack of knowledge of professionals of the beauty and aesthetic segment regarding biosafety measures related to the risk of contamination and transmission of infectious diseases during their work activities (6)(7) . In Italy and Turkey, hepatitis B and C were considered occupational hazards for barbers and hairdressers manicurists/ pedicurists (2) .…”

“…From the 1990's on, there has been an increased availability of procedures performed in traditional beauty care segments (9) , that involve the manipulation of nails and surrounding tissue on the hands and feet of customers to remove the eponychium (cuticle), with the use of pliers, by manicurists and pedicurists (7) as well as other more invasive procedures, such as tattoos and body piercing (10) . Despite the increased adherence of the population to beauty and aesthetic procedures, there are few records of infections in this segment due to underreporting and to the lack of studies on the knowledge of and adherence to biosafety recommendations by professionals of the beauty segment (2,11) .…”

Manicures/pedicures: conhecimento e práticas de biossegurança para hepatites virais

“…O compartilhamento pode ser um meio de transmissão de doenças, e a principal preocupação é que um corte causado por um material reutilizado transmita infecções. Portanto, esses profissionais precisam conhecer os riscos presentes na reutilização de materiais descartáveis (14) . Sabe-se que o vírus VHB, por exemplo, transmissor da hepatite B, é altamente resistente, podendo sobreviver por até sete dias no sangue seco em temperatura ambiente (3) .…”

“…Os mesmos autores, em 2012, mostraram que a adesão ao uso de luvas pelas manicures/pedicures variou entre 5% e 20%, mesmo com a maioria tendo consciência da necessidade de tal EPI para a própria proteção (4) . Estudo realizado em Jacareí-SP mostra que 50% dos profissionais afirmaram usar luvas no atendimento ao cliente, mas as reutilizavam, trocando apenas quando furavam, ou então as reutilizavam após lavá-las com água e sabão e secar (14) . Em Botucatu-SP, verificou-se que 20% das manicures/pedicures utilizavam luvas descartáveis, mas apenas 5% estavam utilizando-as no momento da entrevista (3) .…”