Interseccionalidade de gênero, classe e raça e vulnerabilidade de adolescentes negras às DST/aids

Abstract

Objetivo: verificar a vulnerabilidade ao HIV/aids de adolescentes femininas moradoras de favelas da cidade do Rio de Janeiro. Métodos: foi utilizada uma combinação de métodos, quantitativo e qualitativo. Na etapa quantitativa, realizou-se um estudo observacional de corte transversal por meio de entrevistas e exames clínico/laboratoriais para diagnóstico de DST, e, na qualitativa, desenvolveram-se grupos focais sobre os temas sexualidade, gênero e raça. Resultados: foram entrevistadas 816 adolescentes de 10 diferentes comunidades, com um grupo focal em cada favela: 74% eram negras, 39% eram sexualmente ativas e destas 24,4% eram portadoras de DST. Houve uma relação estatisticamente significativa entre a variável raça/cor negra e a atividade sexual. Na fase qualitativa, evidenciou-se que a discriminação racial sofrida é cotidiana e contribui para a construção de autoimagem negativa que aliada a pobreza, violência de gênero e dificuldade de acesso aos serviços de saúde ampliam a vulnerabilidade às DST/aids. Conclusão: o estudo sugere a criação de políticas que proporcionem o aumento da oferta de serviços de atendimento ginecológico a esse público, com ações que favoreçam a utilização de preservativo feminino e contribuam para reduzir a desigualdade social, de gênero e de raça.

Fatores de risco e proteção de doenças e agravos não transmissíveis em adolescentes segundo raça/cor: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar

“…It is worth noting that black adolescents showed higher risk in the three indicators analyzed (physical violence, family violence, and bullying). A study with community-dwelling female adolescents in Rio de Janeiro found that the prevalence of being a victim or a perpetrator of violence was higher among those who considered themselves black 9 . The determinants of violence include macro determinants such as worst living conditions, exclusion in the process of urbanization, expansion of drug trafficking, and proximal determinants such as alcohol intake, other drugs use, and parental supervision 37,39 .…”

“…Although studies do not indicate this perspective, the hypothesis of this study findings is that black and indigenous populations live in vulnerable social realities that leads to greater exposure to risk factors for health such as drug use 41,42 . Racial discrimination experienced by women and men, black and white, occupies different places in social networks, providing different experiences 9 . For yellow adolescents, factors associated with a behavior of challenging parental limits in a more rigid family structure in terms of education are attributed as possible explanation for health vulnerabilities.…”

“…However, although this is less frequent among adolescents, some studies also indicate differences by race/ skin color 1,[6][7][8][9] . Worse health conditions in black population have been described as a public health problem and lead to increased social disparities 2,9 . It is worth noting that, in Brazil, black people account for nearly half of the population 10 .…”

Effect of physical intimate partner violence on body mass index in low-income adult women

“…As a whole, this suggests that physical intimate partner violence is also a socially determined health-disease process, a view supported by other Brazilian and international studies 1,7,34 . Thus, policies and programs to promote peace and deal with situations of violence (especially gender-related) should also tackle not only gender discrimination but also discrimination on grounds of color/ race and social class, since they are usually interrelated and superimposed 35,36 . They should thus include macrostructural actions that promote development and reduce social inequalities.…”

Educação Sexual Em Discurso: Percepções De Professores E Alunos

“…É sabido que a expansão das doenças sexualmente transmissíveis e o crescente número de gravidezes inoportunas na adolescência são problemas sociais que se relacionam diretamente com o estudo da sexualidade. Não são menos graves aqueles que sofrem sua influência indireta, embora marcante, como a violência de gênero e a violência relacionada às orientações sexuais (TAQUETTE, 2010;FENG et al, 2012).…”