O envolvimento de avaliadores externos no processo de editoração de periódicos científicos vem ocorrendo há mais de dois séculos, disseminando-se pouco a pouco esta prática a ponto de registrar-se nos últimos cinqüenta anos a adoção desta sistemática pela maioria dos respeitáveis periódicos.A escolha deste grupo de avaliadores é feita pelos editores, com base em determinados critérios, especialmente o de reconhecimento da competência do avaliador como pesquisador produtivo e atualizado no assunto a que se refere o artigo a ser analisado. Além deste indicador fundamental para a escolha do avaliador pelos editores, para cada artigo a ser apreciado, outros aspectos contam na outorga desta responsabilidade: a capacidade de avaliar se o artigo atrairá leitores de outras especialidades ou mesmo de outras áreas; a demonstração de que o avaliador conhece a missão, interesses e normas da Revista; e, por fim, mas tão importante quanto os três requisitos anteriores, que os avaliadores seja isento nos julgamentos.Em suma, para que os periódicos cumpram sua missão é imprescindível uma busca constante da excelência e, para tanto, é preciso que se contem com analistas que tenham segurança na elaboração de pareceres com imparcialidade tanto no apontamento dos aspectos positivos como negativos -o que pressupõe experiência acadêmica.Numa área em que a pesquisa é ainda emergente, é compreensível que se contem com um percentual restrito de pesquisadores experientes, o que redundaria em sobrecarga em termos de avaliação de artigos publicáveis, se somente esses fossem acionados no processo.No caso da Enfermagem brasileira, onde há descompasso entre a disponibilidade de pesquisadores experientes e o crescimento dos periódicos especializados, os avaliadores melhor capacitados são insuficientes para absorver a demanda e dar conta da responsabilidade no ritmo que os periódicos desejam (e que precisam cumprir, para manter ou elevar o nível de avaliação conquistado!).Exatamente por considerarmos vital a contribuição dos consultores aos periódicos de modo geral, e a este em particular (1) , como editores também devemos contribuir com o apontamento de dificuldades a serem superadas pela própria comunidade científica de modo a desempenhar seu papel com qualidade permanentemente reconhecida. Porisso, convidamos nossos leitores para uma reflexão sobre a importância e necessidade de se incluir conteúdos sobre divulgação científica nos programas de formação de doutores. Geralmente, nestes programas, o foco é a formação do futuro doutor para a compreensão e condução de pesquisas.Urge que se atente também para a exploração do processo de avaliação do produto da investigação científica, de modo que se possa contar com pesquisadores cada vez mais experientes e que enriqueçam o processo e o resultado da edição científica.Ademais, como na sociedade do conhecimento a educação é concebida como a criadora do capital humano, é fácil entender que investimentos tanto em geração como na disseminação do saber constituem alicerces do progresso do profissional...