Poder, violência e dominação simbólicas nos serviços públicos de saúde

Abstract

O objetivo desta pesquisa foi a apreensão das sutis faces da violência, do poder e da dominação simbólicos presentes nas ações e práticas de saúde dos diversos profissionais da área, dirigidas à mulher em situação de gestação, parto e puerpério. O referencial teórico adotado para interpretar os dados foi a Economia das Trocas simbólicas de Pierre Bourdieu, incorporando também algumas reflexões sobre autonomia e heteronomia, poder, violência e força, conforme os analisa Chauí. Os sujeitos da pesquisa foram onze mulheres em situação de gestação, parto e puerpério internadas em um serviço público de saúde. Utilizamos para a coleta dos dados a entrevista e a observação participante das relações estudadas. Concluí que nas relações que se estabelecem entre pacientes e equipe médica, estão presentes elementos simbólicos que contribuem sobremodo para a invisibilidade desta modalidade de violência muito presente nas práticas de saúde.

Desigualdades sociais e satisfação das mulheres com o atendimento ao parto no Brasil: estudo nacional de base hospitalar

“…This fact, in association with the historically natural gender abuse, the domination of the female body by Medicine, and the steep asymmetry of the practitioner-user relationship makes the woman a non-subject 25 . Pereira 26 mentions the existence of significant differences in the attitude of practitioners, depending on the nature of the facility (public or private), and the economic status of the woman. However, in particular settings, women acknowledge labor as a pleasant and enriching experience, that gives them the main role, and participation at the time of becoming a mother 18 .…”

The Dom for the Craft and the Gift From God: Ethnographic Explorations Among the Traditional Midwives of Santana

“…3 An increasing number of researchers have discussed childbirth-related themes, including Carneiro (2015), Deslandes (2006), Dias-Scopel (2015), Diniz (2005), Fleischer (2005), Nonato (2007), Pereira (2000), Pulhez (2013), Rattner (2009), Rodrigues (2008), Salem (2007), Tempesta (2017).…”

Violência institucional e humanização em saúde: apontamentos para o debate

“…Because of this, we observe series of conceptual overlaps that hinder the already complex debate about violence within this camp. Thus, even though Collective Health is a field deeply marked by the use of Michel Foucault's philosophy, which insists on the existence of a fundamental difference and discontinuity between power and violence 10,11 , is usual in texts of this area to conceptualize violence and power as synonyms 12,13 , to look at violence as a product of excessive power 14 and the lack of distinction between authority and power [14][15][16][17][18] . The same can be said about the use of humanization within the field of Collective Health.…”