2009
DOI: 10.1590/s0104-026x2009000200012
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Bruxas e índias filhas de Saturno: arte, bruxaria e canibalismo

Abstract: As obras dedicadas à temática da bruxaria foram muito difundidas nos séculos XVI e XVII. Entre os artistas mais famosos por suas gravuras de bruxas estão Hans Baldung, Albrecht Dürer, Abraham Saur's e Gerald d'Euphrates. Nessas estampas aparecem mulheres velhas, de seios pendentes, pele enrugada e rostos grotescos, alternando com bruxas mais novas e belas, todas nuas, normalmente em episódios de sabbat, cozinhando poções, fazendo malefícios, desenterrando mortos, voando sobre bestas ou sendo levadas nas costas… Show more

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“…A construção romântica de maternidade que o cristianismo ocidental produziu para docilizar as mulheres brancas não se estendeu às mulheres não brancas que foram desumanizadas ao redor do mundo pela incisiva colonial. Associadas a figuras míticas, demoníacas, hiperssexualizadas e bestiais, mulheres indígenas, negras, árabes e asiáticas foram reduzidas a corpos exploráveis, violáveis, animalescos (Shohat, 2002;Carneiro, 2005;Lugones, 2008;Chicangana-Bayona & González Sawczuk, 2009), corpos que representam, no imaginário moderno/colonial, a antítese da figura branca, virginal e marianista de mãe. Queiroga (1988) constata em suas análises que no Brasil escravocrata era recorrente que os escravizadores anunciassem o aluguel de mulheres negras logo após o parto para amamentação, dispondo do corpo delas como objeto de sua propriedade e destituindo-as da convivência com seus filhos em prol dos lucros que esse tipo de transação possibilitava.…”
Section: Cleonice Marta Mirtes E Miguel: Em Nome Da Mulher Da Mãe unclassified
“…A construção romântica de maternidade que o cristianismo ocidental produziu para docilizar as mulheres brancas não se estendeu às mulheres não brancas que foram desumanizadas ao redor do mundo pela incisiva colonial. Associadas a figuras míticas, demoníacas, hiperssexualizadas e bestiais, mulheres indígenas, negras, árabes e asiáticas foram reduzidas a corpos exploráveis, violáveis, animalescos (Shohat, 2002;Carneiro, 2005;Lugones, 2008;Chicangana-Bayona & González Sawczuk, 2009), corpos que representam, no imaginário moderno/colonial, a antítese da figura branca, virginal e marianista de mãe. Queiroga (1988) constata em suas análises que no Brasil escravocrata era recorrente que os escravizadores anunciassem o aluguel de mulheres negras logo após o parto para amamentação, dispondo do corpo delas como objeto de sua propriedade e destituindo-as da convivência com seus filhos em prol dos lucros que esse tipo de transação possibilitava.…”
Section: Cleonice Marta Mirtes E Miguel: Em Nome Da Mulher Da Mãe unclassified