O Brasil de Marianne North: lembranças de uma viajante inglesa

Abstract

A partir de reflexões sobre a mulher e a feminilidade no período vitoriano, a explosão do mercado literário no século XIX e o acesso da mulher à educação, à literatura e ao jornalismo, o texto introduz a obra de Marianne North, pintora inglesa que viajava com o objetivo de pintar a flora de outros países, particularmente a exótica flora tropical. Marianne tornou-se uma das mais famosas viajantes globetrotters de sua época, ao percorrer inúmeros países, como Canadá, Estados Unidos, Jamaica, Brasil, Teneriffe, Japão, Bornéu, Java, Ceilão, Singapura, Índia, Gales, Austrália, Nova Zelândia, Tasmânia, África do Sul, as ilhas Seychelles e Chile. No total, ela deixou registrado aproximadamente 727 gêneros (quase 1.000 espécies) de plantas, algumas bem pouco conhecidas dos estudiosos. O texto trata, pois, da dupla condição de Marianne North como pintora e como autora de relatos dos países visitados. No Brasil, por exemplo, ela viveu entre 1872 e 1873. Seu profissionalismo e objetividade a distinguem das demais viajantes do século XIX.

Female naturalists and the patterns of suppression of women scientists in history: the example of Maria Sibylla Merian and her contributions about useful plants

“…Some plants were totally unknown and were named after her, such as Northia seychellana , Nepenthes northiana and Crinum northianum ; the last one was described based on her drawings. North’s work aroused the interest of several scientists and naturalists, including Charles Darwin [ 82 – 85 ] Marie Barbe van Langendonck (1798–not found) Belgium Traveler and author She came to Brazil in 1860 and published her travel reports about native vegetation. Her work reported on deforestation and corn and bean plantations [ 86 , 87 ] Marie Le Masson Le Golft (1749–1826) France Naturalist focusing on marine biology She published many books including Balance de la nature (1784), with notes on hundreds of animals, plants and minerals; Coup d'Oeil Sur l'État Ancien et Présent du Havre (1778), with notes on the fauna and flora of a French harbor.…”

A investigação da forma urbana em Minas Gerais, Brasil

“…Padrões semelhantes aos implantados nas cidades inglesas e americanas inspirados em esquemas utilizados por Owen e Unwin são replicados em ocupações mineiras com reservas auríferas que se localizam no vale do rio das Velhas e na região do Quadrilátero Ferrífero. A descrição detalhada dos núcleos, a hierarquização das habitações e os tipos específicos foram relatados por Burton, que em 1867 visitou a região, como também Marianne North (Gazzola, 2001).…”

Experiências das viajantes naturalistas durante o século XIX e as representações do Brasil oitocentista

“…Ainda de acordo com a pesquisadora, seu relato é carregado de uma fina ironia com os hábitos e costumes dos sujeitos do qual teve contato, bem como de duras críticas sobre pessoas com as quais conviveu, exceto de seus amigos aqui estabelecidos. 43 De acordo com Gazzola, Embora expresse várias vezes seu agradecimento pela hospitalidade que recebe, inclusive de famílias desconhecidas em cujas casas solicitava hospedagem durante suas viagens, North não se cansa de apresentar comentários bastante agressivos. Refere-se, por exemplo, ao "desejo costumeiro [dos mineiros] de saberem o preço de tudo", considera vários de seus conhecidos "desprovidos de ideias", registra que "patriotas são raros no Brasil", menciona repetidamente a sujeira de casas e pessoas e representa de maneira grosseira e caricatural aspectos físicos e costumes locais.…”