O trabalho na gestão dos serviços substitutivos de saúde mental: aproximações entre Saúde Coletiva, Saúde Mental e Psicanálise

Abstract

Resumo Objetiva-se investigar as inter-relações entre os campos da Saúde Coletiva, da Saúde Mental e da Psicanálise, na gestão de serviços de saúde mental, no contexto do Sistema Único de Saúde. Trata-se de pesquisa qualitativa realizada em quatro municípios do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, com seis gestoras de serviços de saúde mental identificadas com a psicanálise. Os instrumentos de coleta de dados empregados foram uma ficha de dados pessoais e sociodemográficos e uma entrevista semiestruturada. Utilizou-se a análise temática para o exame dos dados, resultando na identificação de três temas centrais: 1) Formação e experiência em gestão e em Saúde Coletiva; 2) Lógica manicomial versus lógica reformista: desafios para o gestionar; e 3) Psicanálise: entre contribuições e limites. Os resultados apontam as dificuldades e os desafios para o gestionar diante da coexistência, nos serviços, de diferentes lógicas de cuidado em saúde mental. A Psicanálise é assumida como um posicionamento ético-político a partir da escuta dos processos inconscientes dos sujeitos, os quais se dão no campo transferencial, contribuindo no suporte à compreensão dos casos e no manejo dos aspectos relacionais e institucionais. Por outro lado, há a necessidade de aproximação da psicanálise com o contexto da saúde mental.

Modelos De Gestão Em Enfermagem Na Saúde Mental: Scopping Review

“…Essa característica evidencia a dinamicidade do processo da Reforma Psiquiátrica. 26 Outro estudo 27 também evidenciou a coexistência nos serviços de saúde mental das lógicas reformista e manicomial, apesar de predominar a primeira. Essa coexistência de lógicas diferentes repercute na gestão dos serviços e concebe conflitos e disputas na exigência da lógica reformista como centro do cuidado.…”

“…Ingredy Nayara Chiacchio Silva 1 Gilberto Tadeu Reis da Silva 1 Monique Santos Santana 2 Deybson Borba de Almeida 3 Simone Coelho Amestoy 4 Virgínia Ramos dos Santos Souza 1 Rebeca Maria Oliveira de Góis 1 José Luís Guedes dos Santos 5 1 Universidade Federal da Bahia -UFBA, Escola de Enfermagem. Salvador, BA -Brasil.…”

“…Contudo, modelos de gestão do cuidado não são modificados repentinamente, mas construídos respeitando-se a temporalidade da constituição do sujeito com a participação dos profissionais, gestores, usuários e comunidade, mediante um processo contínuo de qualificação, análise e reorganização de suas práticas. 5 Pensando nesse redirecionamento da gestão do cuidado em saúde mental e no impacto que a gestão de Enfermagem pode produzir no cuidado aos usuários dos serviços de saúde mental, torna-se necessário mapear e identificar as evidências científicas sobre a temática em questão, a fim de possibilitar reflexões sobre a trajetória realizada e o que precisamos implementar nesse campo de atuação. Para tanto, realizou-se um levantamento preliminar na JBI Database of Systematic Reviews and Implementation Reportse, a qual não identificou qualquer Scoping Review que abordasse, especificamente, a gestão de Enfermagem na saúde mental.…”

O tear psicanalítico: uma pesquisa sobre as práticas da psicanálise na saúde mental

“…Passados 100 anos desde a publicação da conferência, deparamo-nos com uma saúde mental pública que pode abrigar psicanalistas e oferecer as especificidades de sua escuta às camadas da população que de outro modo dificilmente teriam acesso a tal especialidade. A presença da psicanálise nas instituições de saúde mental é um fato observável nas recentes produções científicas que apontam a crescente interlocução que psicanalistas têm desenvolvido nos mais distintos níveis, seja nos hospitais psiquiátricos (Pereira & Costa, 2019;Silva, 2017;Wendling, Santos, Silva, & Moreira, 2019), seja nos serviços substitutivos comunitários (Amancio, 2015;Santos, Reis, Rosário, & Kyrillos Neto, 2019;Silva & Aguiar, 2020), ou na esfera da gestão e planejamento (Burgardt, 2018;Moreira & Rocha, 2019).…”