Referência e contrarreferência entre os serviços de reabilitação física da pessoa com deficiência: a (des)articulação na microrregião Centro-Sul Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Resumo Com a organização das Redes de Atenção à Saúde, o sistema de referência e contrarreferência entre os diferentes níveis tecnológicos é importante ferramenta para articular seus pontos de atenção. Objetivo: Identificar como ocorrem a referência e a contrarreferência entre o serviço de reabilitação física, a unidade hospitalar e a Atenção Primária à Saúde como um pressuposto para consolidação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência na Microrregião 1 da Região Centro-Sul Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil. Método: Pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem quali-quantitativa, utilizando o método do Discurso do Sujeito Coletivo. Dados foram coletados através de entrevistas individuais, com utilização de roteiro semiestruturado e participação de 27 sujeitos, realizadas no primeiro semestre de 2014, analisados à luz do Qualiquantisoft(r) (QQsoft) versão 1.3c. Resultados: Da análise dos dados, emergiu a Ideia Central (IC), por parte da maioria dos gestores, de que as referências e contrarreferências entre os serviços pesquisados são realizadas por encaminhamentos médicos através de uma ficha própria para este fim. Outra IC foi a de que o gestor não soube informar esse fluxo. Conclusão: Conclui-se que, embora instituída a referência para articulação efetiva entre unidades e serviços em rede de saúde, identificou-se que ela é ineficiente, assim como constatada inexistência da contrarreferência.

Efetividade dos resultados de serviço de contrarreferência em hospital quaternário do sul de Minas Gerais

“…Entretanto, esta é apenas uma hipótese, que merece ser mais bem estudada. De toda forma, pesquisas demonstram a falta de comunicação entre os diversos níveis de atenção 1,6,[12][13][14][15][16][17] , entretanto, nenhum artigo evidenciou a existência da busca de um retorno por parte do hospital que contrarreferenciou este paciente.…”

“…A população, em geral, não possui conhecimento sobre o direito que tem de ser contrarreferenciados, e nem sobre como o sistema de referência e contrarreferência atua, se contentando na maioria das vezes com a realização de um simples curativo 14 . Colaborando com a descontinuidade do tratamento encontra-se o desconhecimento desse sistema, que pode estar relacionado ao curto período de atuação dos profissionais, à desarticulação do processo, à inexistência de um sistema informatizado que possibilite a comunicação efetiva entre os diversos níveis de atenção e à comunicação falha que muitas vezes ocorrem informalmente com conteúdos e informações sucintas 6 .…”

Integralidade Na Rede De Cuidados Da Pessoa Com Deficiência

“…The comprehensive and multiprofessional care end up being limited to the theoretical-idealist-legal perspective. 13 It is challenging what is pointed out in subsection III of Article 3 of the ordinance 793/2012, which defines the general objectives of the network, offering a guarantee of articulation and integration of the care points of the health networks in the territory, qualifying the care through the embracement and classification of risk. In a simple visit to the available care points, either as a user in search of service or as an observer of community associations, it is possible to see that their teams act (dis)articulated, and they do not even know about the existence of the network or other care points.…”

“…In a simple visit to the available care points, either as a user in search of service or as an observer of community associations, it is possible to see that their teams act (dis)articulated, and they do not even know about the existence of the network or other care points. 13 At this pace, the integrated articulation of the health care points of the same area, in the scope of SUS, is definitely not happening, most likely due to the same difficulties mentioned above. Each are point acts exclusively in its space, as limited and isolated from the others.…”

“…In addition, the health professionals who make up their teams do not interact with the other teams to care for the target population (people with disabilities) in relation to aspects that escape from what is usually conditioned by the routines of the sectors/services where they work. 13 The expectation of public managers should be focused on the goal, which is to be able to structure a group dedicated to the care of the disabled person, to study the territory, involving health professionals, leaders and local residents. The invitation must be made through the explicit intention of knowing the place in order to better elaborate health actions, and their participation will certainly bring more acuity, adequacy and strength to future actions.…”