2016
DOI: 10.1590/s0103-73312016000300015
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Revisão da literatura sobre as concepções dos profissionais de saúde sobre o uso de drogas no Brasil: modelo biomédico, naturalizações e moralismos

Abstract: Resumo Este estudo objetivou compreender as concepções dos profissionais de saúde no Brasil sobre o uso/abuso de drogas. Trata-se de revisão da literatura nas bases de dados MEDLINE, LILACS, IBECS e Scielo. A amostra final foi composta por 22 artigos, com os resultados apontando predominância de concepções morais, naturalizantes e pautadas pelo modelo biomédico, em detrimento de perspectivas psicossociais, socioculturais ou mesmo biopsicossociais. Ao se tratar de um problema multifacetado e complexo, as tentat… Show more

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“…Numa relação de mútua influência, encontram-se as contradições e limitações das políticas públicas e sociais, acentuadas pelo próprio processo histórico de formação sociocultural brasileira e nossa realidade abruptamente desigual e antagônica, assim como pelo projeto neoliberal que aqui se instaurou a partir dos anos 90 e suas sucessivas (e em grande parte exitosas) ações de desregulamentação e enfraquecimento da tentativa de Estado de bem-estar social que se intentou implantar por meio das lutas e movimentos sociais que culminaram na reabertura democrática e Constituição de 88 (Freitas, 2005;Ansara & Dantas, 2010;Yamamoto, 2009;Yamamoto & Oliveira, 2011;Behring & Bochetti, 2011). Por fim, ainda incide nesse cenário a hegemonia do paradigma da saúde pública ancorado num modelo biomédico, que fracciona o ser humano e em partes e privilegia o saber médico e ações curativistas, em detrimento da promoção de saúde, prevenção e uma perspectiva de trabalho inter ou transdisciplinar (Saforcada, 2008;Costa & Paiva, 2016b).…”
Section: Resultados Reflexões E Inquietaçõesunclassified
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“…Numa relação de mútua influência, encontram-se as contradições e limitações das políticas públicas e sociais, acentuadas pelo próprio processo histórico de formação sociocultural brasileira e nossa realidade abruptamente desigual e antagônica, assim como pelo projeto neoliberal que aqui se instaurou a partir dos anos 90 e suas sucessivas (e em grande parte exitosas) ações de desregulamentação e enfraquecimento da tentativa de Estado de bem-estar social que se intentou implantar por meio das lutas e movimentos sociais que culminaram na reabertura democrática e Constituição de 88 (Freitas, 2005;Ansara & Dantas, 2010;Yamamoto, 2009;Yamamoto & Oliveira, 2011;Behring & Bochetti, 2011). Por fim, ainda incide nesse cenário a hegemonia do paradigma da saúde pública ancorado num modelo biomédico, que fracciona o ser humano e em partes e privilegia o saber médico e ações curativistas, em detrimento da promoção de saúde, prevenção e uma perspectiva de trabalho inter ou transdisciplinar (Saforcada, 2008;Costa & Paiva, 2016b).…”
Section: Resultados Reflexões E Inquietaçõesunclassified
“…A partir da fundamentação na Saúde Comunitária (Góis, 2007;Saforcada, 2008;2012;Saforcada & Alves, 2015) e suas interfaces com outros complexos do saber e âmbitos de prática, como a Psicologia Comunitária (Martin-Baró, 1990/1996Freitas, 1998;Montero, 2004), a Educação Popular freireana (Freire, 2005) e a Educação Permanente (Ceccim, 2005), foi delimitado o horizonte de abordagem à temática do uso de drogas nos contextos comunitários supracitados. Dessa forma, os seguintes pontos conformaram-se como pressuposições basilares para o planejamento e realização do trabalho: (a) a superação do paradigma de saúde pública tradicionalmente pautado por um modelo biomédico individualizante hegemô-nico com enfoque nas ações de controle e curativistas, desconsiderando práticas de promoção de saúde e prevenção e também; (b) o aprofundamento dos avanços propiciados pela Saúde Coletiva em direção à centralidade da comunidade na condução de suas próprias vidas, ao invés das equipes profissionais da saúde; (c) a concepção e a abordagem do ser humano, do processo saúde-doença, e, por conseguinte, da temática do uso de drogas, não se dão per si, como se se desenvolvessem e constituíssem num vácuo sócio histórico, mas atreladas a determinadas lógicas e configurações societárias e suas contradições (Costa & Paiva, 2016b).…”
Section: Pensando O Processo De Formação E Atuação: Aportes Da Saúde unclassified
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“…Apesar de 29 milhões de pessoas sofrerem algum tipo de transtorno relacionado ao uso abusivo, apenas uma em cada seis encontra-se em tratamento (United Nations Office on Drugs and Crime, 2016). Atrelada a isso está a própria amplitude da temática, vinculada ao contexto social, econômico e político, fazendo com que existam diferentes concepções e valorações sobre o tema Paiva, 2016) e distintas formas em que a temática se materializa nas políticas e ações na área.…”
Section: Introductionunclassified