Abstract:Resumo: A formação superior, a fuga de cérebros e o desenvolvimento constituem os temas centrais deste artigo centrado em Moçambique. Estes temas são abordados sob diferentes ângulos, de forma a captar quer as principais linhas teóricas que actualmente informam os estudos sobre essas temáticas, quer a complexidade da realidade social e das estratégias dos actores que a vivem. Desta forma apresenta-se, inicialmente, o estado da arte em relação à problemática da fuga de cérebros, relacionando-a com o aumento da … Show more
“…Essa relexão se aproxima do argumento de Smich sobre a construção de uma ideologia da modernidade pela elite política em Moçambique 12 . Utilizada como forma de reivindicação do poder social e legitimação de suas posições frente à sociedade, a modernidade desejada e conquistada por essa elite permite que ela se diferencie do restante da população, ou seja, "a ideologia de modernidade da elite baseia-se em ideias de igualdade com o mundo exterior, das quais retira legitimidade, mas constitui também um poderoso instrumento para a criação de desigualdade" (Smich, 2008, p. 321 (Costa, 2009;Faria, 2009;Fonseca, 2009;Hirsch, 2009;Mourão, 2009;Subuhana, 2009) teve um sentido bastante particular. Antes mesmo de saírem do país, já haviam construído seu espaço familiar e trabalhavam em esferas do Governo -em grande medida devido à sua dedicação à Frelimo e seu envolvimento no processo de construção da nação moçambicana.…”
“…Essa relexão se aproxima do argumento de Smich sobre a construção de uma ideologia da modernidade pela elite política em Moçambique 12 . Utilizada como forma de reivindicação do poder social e legitimação de suas posições frente à sociedade, a modernidade desejada e conquistada por essa elite permite que ela se diferencie do restante da população, ou seja, "a ideologia de modernidade da elite baseia-se em ideias de igualdade com o mundo exterior, das quais retira legitimidade, mas constitui também um poderoso instrumento para a criação de desigualdade" (Smich, 2008, p. 321 (Costa, 2009;Faria, 2009;Fonseca, 2009;Hirsch, 2009;Mourão, 2009;Subuhana, 2009) teve um sentido bastante particular. Antes mesmo de saírem do país, já haviam construído seu espaço familiar e trabalhavam em esferas do Governo -em grande medida devido à sua dedicação à Frelimo e seu envolvimento no processo de construção da nação moçambicana.…”
“…Privilegiamos a abordagem das tensões e das tendências de agregação e diferenciação entre os estudantes. Entre os temas que marcam a recente produção bibliográfica sobre o fenômeno do deslocamento estudantil temporário dos Palop ao Brasil, destacam-se: 1) a socialização dos estudantes nas universidades brasileiras e as tensões e as reconfigurações identitárias daí decorrentes, como as dificuldades de inserção em razão do estigma de refugiado de guerra ou de negro brasileiro, no caso dos estudantes angolanos (Fonseca, 2009), ou a valorização de uma identidade afro-referenciada entre cabo-verdianos no Rio de Janeiro (Hirsch, 2009); 2) a força do vínculo nacional como mobilizador identitário e agregador social no cotidiano da vida universitária (Subuhana, 2009); 3) a associação -pelos estudantes -da formação no Brasil a um compromisso político de contribuir para o desenvolvimento, a construção ou reconstrução de seus países de origem (Fonseca, 2009;Gusmão, 2009;Mourão, 2009a e b); 4) a inscrição do deslocamento estudantil em processos de deslocamento familiares e de mudanças sociais transgeracionais de média e longa duração (Costa, 2009;Faria, 2009). Discutimos, abaixo, como facetas de tais fenômenos se atualizam entre os estudantes dos Palop na Universidade de Brasília e na Universidade de São Paulo, ao mesmo tempo que procuramos ampliar o corpo de conhecimento disponível sobre tais problemáticas, inserindo novas variáveis para análise.…”
Este trabalho discute, a partir de uma perspectiva etnográfica, tendências e tensões características da sociabilidade de estudantes africanos - vindos de países de língua oficial portuguesa - na Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade de São Paulo (USP). Abordamos os modos pelos quais eles experimentam as práticas linguísticas e pedagógicas das universidades, vivenciam as tensões raciais existentes no Brasil, atribuem sentido aos espaços urbanos nos quais são acolhidos; e analisamos seus padrões mais comuns de interação e agregação. Sugerimos que o tempo de participação no fluxo migratório, a nacionalidade de origem dos estudantes e a cidade de acolhida no Brasil são variáveis que condicionam de forma importante a sociabilidade dos estudantes. Residualmente, e de forma ainda incipiente, exploramos algumas dinâmicas de identificação entre os alunos. Alguns se apresentam como sujeitos em diáspora. Outros, contudo, chamam atenção para a necessidade de continuarem a ser reconhecidos como estrangeiros. A maioria demonstra surpresa em se ver percebido como negro ou africano, simplesmente. Os estudantes vêm para o Brasil mediante o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), um acordo diplomático que facilita o deslocamento do aluno ao nosso país a fim de realizar seu curso de nível superior.
“…O projeto foi desenhado com base em pesquisas anteriores (Costa, 2012(Costa, , 2010(Costa, , 2009a(Costa, , 2009b(Costa, , 2006Faria, 2012Faria, , 2011aFaria, , 2011bFaria, , 2010aFaria, , 2010bFaria, , 2009aFaria, , 2009b e em que este incide.…”
Formação de quadros superiores moçambicanos em Portugal: Trajetórias, identidades e redes sociaisNeste artigo analisam-se as trajetórias individuais e familiares de quadros superiores moçambicanos formados em Portugal, procurando compreender os fatores que inluenciaram os seus percursos escolares e qual o impacto da experiência de formação em Portugal ao nível dos processos de estruturação identitários. Relete-se sobre as redes sociais e de cooperação no domínio do ensino superior que inluenciaram a ida, a integração em Portugal e posteriormente a reintegração e os percursos proissionais dos informantes em Moçambique. Por último, a análise aborda questões relacionadas com o impacto da formação superior de moçambicanos em Portugal no processo de desenvolvimento de Moçambique.
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