“…Esses sentimentos odiosos "a criança provavelmente os reprimiria, antes mesmo de tê-los experimentado; o pai é, supostamente, na mente infantil, aquele que pode aguentar o ódio sem ser destruído: de alguma forma, ele é mais forte, mais duro e menos identificado pela criança como a própria mãe o é, e talvez menos associado à fragilidade infantil" (Rosa, 2014, p. 56). Nesse ponto, mesmo que o filho, em fantasia, assassine, maltrate ou destrua o pai ou a mãe, após algum tempo, ao perceber, apesar de seus ataques, a continuidade do vínculo amoroso e sexual do casal, ele volta ao pensamento lógico da realidade compartilhada (Barretta, 2012;Rosa, 2009). Sobre essa gradativa elaboração perceptual da criança, Winnicott afirma que ver os pais juntos no dia a dia "torna suportável o sonho de sua separação ou da morte de um deles" (1988/1990, p. 77).…”