José Maria Wisniewski Filho (1913-1995) foi padre pertencente à Igreja Católica Apostólica Romana e atuante pela Congregação do Verbo Divino, músico compositor, instrumentista e regente coral, tradutor e escritor de obras literárias sacras e infantis, professor do Colégio Academia em Juiz de Fora, fundador do Coral Mater Verbi – Meninos Cantores da Academia (1953) e presidente/co-fundador da Federação Nacional de Meninos Cantores do Brasil (1967). A pesquisa de dissertação intitulada “Tutto è scherzo d’amore: Padre José Maria Wisniewski entre memórias passadas, presentes e futuras” busca redescobrir e reinterpretar a identidade e a obra musical de Pe. José Maria sob um olhar da memória social de acordo com os conceitos elaborados por Halbwachs, Gondar e Candau. Para isto, serão analisadas as fontes escritas encontradas no acervo do Coral Mater Verbi, as quais se encontram em formato de diários pessoais, crônicas do coral e tomos do Colégio Academia. São revisitados seus diários pessoais com o objetivo de compreender quem foi este indivíduo em sua comunidade, questionando os fenômenos autobiográficos (Borges, Calligaris) e a relação matéria-memória (Ariès, Bergson). Compreendendo a obra de Pe. José Maria como parte do contexto histórico-musical restaurista e pós-conciliar, este trabalho de dissertação procurou também reunir e reorganizar as composições do padre. No acervo do Coral Mater Verbi foram encontradas cerca de 83 obras autorais. Adentrando às noções de acervo (Farge) e reconhecendo o acervo em questão como um lugar de memória (Nora), busca-se explorar, juntamente às fontes escritas, como ocorre o fenômeno da memória coletiva e seus meios de transmissão ao longo dos séculos e na contemporaneidade (Le Goff, Bellotto, Assmann), considerando possíveis soluções para que a memória e acervo do Padre José Maria continuem em uso corrente. Dentre estas, menciona-se a reprodução musical através das mídias contemporâneas (Baldutti e Castello Branco, Flusser), a proposta da cultura digital e a fotografia como suporte de rememoração (Sontag, Samain e Kossoy).