Este trabalho trata de uma escrita acerca do ato criativo e seus desdobramentos naquilo que toca à clínica psicanalítica. O diálogo entre arte e psicanálise se mostra potente na medida em que esses campos se aproximam do mesmo modo que se estranham, causando dúvidas e reflexões que culminam na possibilidade da criação de novas formas, novos caminhos. Partimos de uma cena clínica em que o gesto de criação encontra possibilidade analítica na medida em que esse ato é vivido no contexto da transferência, onde o olhar do outro ocupa lugar essencial. A reflexão sobre o caso clínico procura aprofundar eixos de reflexão como a formação da imagem, as interfaces entre significante e inconsciente e ato analítico e utopia.