This article evaluates the premise of demand adherence to Normal distribution in inventory managementResumo: Este artigo avalia a premissa da aderência da demanda à distribuição Normal em modelos de gestão de estoque, mostrando que tal consideração pode trazer distorções significativas no caso dos itens de baixo e baixíssimo consumo. Dessa forma, é proposto um quadro conceitual para auxiliar a identificação do modelo mais adequado com base nas principais características de cada item. Como contribuição adicional da pesquisa, é apresentada aplicação desse quadro conceitual no conjunto das peças de reposição de uma empresa brasileira, evidenciando-se seus principais benefícios em termos dos custos totais de falta e excesso.
Palavras
IntroduçãoA gestão de estoque permeia a tomada de decisão em inúmeras empresas, sendo um tema bastante explorado no meio acadêmico e empresarial (ROSA; MAYERLE; GONÇALVES, 2010). As perguntas-chave que a gestão de estoque se propõe a responder, normalmente sujeitas a uma variedade de circunstâncias, são: quando pedir, quanto pedir e quanto manter em estoques de segurança (NAMIT;CHEN, 1999;SILVA, 2009). De acordo com Wanke (2011), a gestão de estoques abrange, portanto, um conjunto de decisões com o intuito de coordenar, nas dimensões tempo e espaço, a demanda existente com a oferta de produtos e materiais, de modo que sejam atingidos os objetivos de custo e de nível de serviços especificados, observando-se as características do produto, da operação e da demanda.A maior preocupação das empresas no que tange a gestão de estoque pode ser atribuída, primeiramente, à necessidade de se garantir a maior disponibilidade de produto ao cliente final ao menor custo possível, dada a pressão competitiva dos mercados (EAVES, 2002). Além disso, alguns outros fatores contribuem para maior preocupação com a gestão de estoque: a diversidade crescente do número de produtos, que torna o comportamento ou padrão da demanda mais irregular (REGO; MESQUITA, 2011); e o elevado custo de oportunidade de capital, impactando os indicadores financeiros pelos quais as empresas são avaliadas (WANKE, 2011).