Parâmetros na marcha na paralisia supranuclear progressiva: um estudo de caso

Abstract

Fisioter Mov. 2012 out/dez;25(4):885-94 ISSN 0103-5150 Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 4, p. 885-894, out./dez. 2012 Licenciado sob uma Licença Creative Commons [T] Parâmetros na marcha na paralisia supranuclear progressiva: um estudo de caso [I] Gait parameters in progressive supranuclear palsy: a case study [A] Claudia Teixeira-Arroyo [a] , Fabio Augusto Barbieri [b] , Rodrigo Vitório [c] , Marcelo Pinto Pereira [d] , Ellen Lirani-Silva [e] , Lilian Teresa Bucken Gobbi Teixeira-Arroyo C, Barbieri FA, Vitório R, Pereira MP, Lirani-Silva E, Gobbi LTB. 886Resumo Introdução: Comprometimentos na marcha de pacientes com paralisia supranuclear progressiva (PSP) podem aumentar o risco de quedas durante o andar, especialmente em ambientes complexos. Objetivo: Descrever o comportamento locomotor de uma paciente com PSP, nas condições de marcha livre e marcha adaptativa. Materiais e métodos: Estudo de caso de uma paciente com PSP (71 anos). Para análise cinemá-tica, nas condições de marcha livre, com obstáculo baixo e alto, uma câmera digital registrou uma passada completa da paciente. Resultados: Com o aumento da complexidade do ambiente (marcha livre, obstáculo baixo e alto, respectivamente), foi observada diminuição do comprimento do passo (0,37 ± 0,07; 0,30 ± 0,07; 0,26 ± 0,06 m), do comprimento da passada (0,71 ± 0,11; 0,58 ± 0,15; 0,47 ± 0,07 m) e da velocidade da passada (0,55 ± 0,14; 0,43 ± 0,11; 0,36 ± 0,11 m/s). Aumento progressivo ocorreu na duração do duplo suporte da passada livre (29,47%) para a passada antes do obstáculo alto (41,11%). Observou-se, ainda, ligeira diminuição na distância vertical pé/obstáculo alto (membro/abordagem: 7,18 ± 1,88; e membro/suporte: 8,84 ± 2,57 cm) em relação ao obstáculo baixo (membro de abordagem: 8,86 ± 1,88; e membro de suporte: 11,67 ± 2,09 cm). Conclusão: A PSP afetou de forma evidente a marcha da paciente. Inflexibilidade para a adaptação da marcha às demandas do ambiente foi observada durante a aproximação e a transposição dos obstáculos, o que pode aumentar o risco de tropeços e quedas.[P]Palavras-chave: Marcha. Paralisia supranuclear progressiva. Controle motor. Cinemática.[ (0.37 ± 0.07; 0.30 ± 0.07; 0.26 ± 0.06 m), stride length (0.71 ± 0.11; 0.58 ± 0 15; 0.47 ± 0.07 m), and stride velocity values (0.55 ± 0.14, 0.43 ± 0.11, 0.36 ± 0.11 m/s) (leading limb: 7.18 ± 1.88 and trailing limb: 8.84 ± 2.57 cm) than in the low obstacle condition (leading limb: 8.86 ± 1.88 and trailing limb: 11.67 ± 2.09 cm). Conclusion: PSP clearly impairs the patient's gait. The patient showed inflexibility to adapt to environmental demands during both approaching and crossing obstacle. This behavior could increase the risk of trips and falls. [K]

Síndrome da Paralisia Supranuclear Progressiva: As dificuldades de diagnóstico e a atuação da Equipe multidisciplinar quanto aos cuidados à pessoa afetada por esta doença

“…Encontram-se relatos de que, entre a doença instalada e sua descoberta, pelo menos há um lapso de tempo de três anos aproximadamente e, a partir desse evento, o óbito ocorre em tempo variável de 01 a 17 anos, com sobrevida média de seis anos e, em proporção, atinge 6/7 pessoas em 100.000 da população global, sendo a causa mortis mais usual a presença da broncopneumonia ou úlcera de pressão (Teixeira-Arroyo, et al, 2012;Trevisol-Bittencourt, 1992). …”

“…Apresenta-se, no quadro 2, os critérios para a realização do diagnóstico, vistos na literatura como observações importantes para determinarem-se as causas sendo classificadas por possível, provável e determinante como critérios de inclusão, exclusão e de suporte (Carrilho, & Barbosa, 2002;Neri, 2011 Quadro 2 -Critérios diagnósticos do NINDS-SPSP para Paralisia Supranuclear Progressiva (Neri, 2011, p.17) Síndrome da Paralisia Supranuclear Progressiva: As dificuldades de diagnóstico e a atuação da equipe multidisciplinar quanto aos cuidados à pessoa afetada por esta doença O diagnóstico preciso torna-se limitado em função de a PSP estar relacionada ao grupo do PK, por ser uma doença primária, secundária, atípica, e hereditária e, com base em sinais clínicos, especialmente em estágios iniciais, sendo ainda temeroso afirmar com certeza, sendo somente possível creditar-lhe após a realização de estudos neuropatológicos como um diagnóstico diferencial, sendo extremamente necessária a identificação para aplicar determinado tratamento, haja vista que, em prognósticos diferentes, há a farmacoterapia e análise epidemiológica adequadas (Vasconcellos, 2009;Teixeira-Arroyo, et al, 2012).…”

“…Apesar de características sugestivas, em muitos casos, todos os achados clínicos não são tão claros como idealmente poderiam ser, e uma grande quantidade de sobreposição existe para a classificação da DP, PSP e MSA e suas variáveis MSA-c e MSA-p (Vasconcellos, 2009;Teixeira-Arroyo, et al, 2012).…”