Este artigo analisa a interseccionalidade entre gênero, raça e classe no encarceramento de mulheres no contexto da Cadeia Pública de Pato Branco/PR. O estudo tem como base teórica o feminismo decolonial, que propõe a análise da colonialidade do poder e do ser; e o feminismo negro, que preconiza a categoria de interseccionalidade. Desse modo, a pesquisa sobre encarceramento permite considerar questões mais amplas que perpassam fatores de exclusão na sociedade moderna e que se refletem no controle sobre os corpos dentro das prisões, especialmente, os corpos das mulheres. O estudo foi construído através do método de história de vida, por meio de entrevistas semiestruturadas com mulheres presas. Observamos que o ato de encarcerar, quando realizado com mulheres, além de assumir o controle sobre o corpo tido como insubordinado – visando torná-lo dócil, submisso e obediente –, acaba por reforçar a sociedade patriarcal e suas formas de controle sobre as mulheres.