2004
DOI: 10.1590/s0103-40142004000100008
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A reserva de vagas para negros nas universidade brasileiras

Abstract: O GOVERNO do Estado do Rio de Janeiro, depois de votada por aclamação na Assembléia Legislativa, adotou em 2001 uma política de cotas para "negros e pardos" nas suas instituições de ensino superior. Na trilha da preparação da III Conferência Mundial das Nações Unidas de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata que teve lugar em Durban, na África do Sul, em 2001, esta política e aquelas decretadas pelo governo federal não foram objeto de um amplo debate público. Este debate c… Show more

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“…As categorias abrangentes e de fronteiras fluidas da classificação permitem lidar com essa imprecisão: embora não se possa, a partir dos resultados de seu emprego, saber exatamente qual é o fenótipo nacional ideal do pardo, ou do preto, ou do branco, sabe-se que identificou pessoas que se enquadram nessas categorias em seus contextos relacionais. (IBGE, 2013, p .96) O movimento negro A falácia da democracia racial Esta característica da população brasileira -cuja complexidade de identificação requer toda uma maquinaria classificatória não só do ponto de vista institucional, mas também do ponto de vista da própria subjetividade do indivíduo, que pode mudar de cor ou ter a percepção da sua cor de acordo com a sua inserção na dinâmica social -fundamenta os argumentos contrários às "políticas raciais afirmativas" ou à "discriminação positiva" que veem nelas "a 'vitória' de uma taxonomia bipo-lar sobre a velha e tradicional taxonomia de muitas categorias" (Maggie;Fry, 2004, p.70). Há o receio de que o país de "raças misturadas" possa ser substituído por um país de "raças distintas", de duas raças, branca e preta, de modo a impedir que continuemos a nos identificar com "o Macunaíma do modernismo brasileiro" (Maggie;Fry, 2004, p.68), o que colocará em risco o ideal de democracia racial (a saber: relações raciais harmôni-cas ou pouco conflituosas).…”
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“…As categorias abrangentes e de fronteiras fluidas da classificação permitem lidar com essa imprecisão: embora não se possa, a partir dos resultados de seu emprego, saber exatamente qual é o fenótipo nacional ideal do pardo, ou do preto, ou do branco, sabe-se que identificou pessoas que se enquadram nessas categorias em seus contextos relacionais. (IBGE, 2013, p .96) O movimento negro A falácia da democracia racial Esta característica da população brasileira -cuja complexidade de identificação requer toda uma maquinaria classificatória não só do ponto de vista institucional, mas também do ponto de vista da própria subjetividade do indivíduo, que pode mudar de cor ou ter a percepção da sua cor de acordo com a sua inserção na dinâmica social -fundamenta os argumentos contrários às "políticas raciais afirmativas" ou à "discriminação positiva" que veem nelas "a 'vitória' de uma taxonomia bipo-lar sobre a velha e tradicional taxonomia de muitas categorias" (Maggie;Fry, 2004, p.70). Há o receio de que o país de "raças misturadas" possa ser substituído por um país de "raças distintas", de duas raças, branca e preta, de modo a impedir que continuemos a nos identificar com "o Macunaíma do modernismo brasileiro" (Maggie;Fry, 2004, p.68), o que colocará em risco o ideal de democracia racial (a saber: relações raciais harmôni-cas ou pouco conflituosas).…”
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“…(IBGE, 2013, p .96) O movimento negro A falácia da democracia racial Esta característica da população brasileira -cuja complexidade de identificação requer toda uma maquinaria classificatória não só do ponto de vista institucional, mas também do ponto de vista da própria subjetividade do indivíduo, que pode mudar de cor ou ter a percepção da sua cor de acordo com a sua inserção na dinâmica social -fundamenta os argumentos contrários às "políticas raciais afirmativas" ou à "discriminação positiva" que veem nelas "a 'vitória' de uma taxonomia bipo-lar sobre a velha e tradicional taxonomia de muitas categorias" (Maggie;Fry, 2004, p.70). Há o receio de que o país de "raças misturadas" possa ser substituído por um país de "raças distintas", de duas raças, branca e preta, de modo a impedir que continuemos a nos identificar com "o Macunaíma do modernismo brasileiro" (Maggie;Fry, 2004, p.68), o que colocará em risco o ideal de democracia racial (a saber: relações raciais harmôni-cas ou pouco conflituosas). Democracia racial que chamara a atenção da Unesco, escolhendo o Brasil como exemplo de uma consciência política que primava pela harmonia entre as raças e podia dar a lição de como erradicar o racismo no mundo.…”
Section: %unclassified
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“…O debate sobre o acesso a esse nível no Brasil, a partir do final da década de 90, passou a incluir, além das condições econômicas do grupo familiar, os efeitos relacionados à raça/cor dos estudantes. A situação econômica do grupo familiar nessa progressão e no acesso é considerada de forma indireta, ao serem propostos procedimentos de incentivo aos estudantes provenientes de escolas públicas de ensino médio (Jaccoud, Beghin, 2002;Moelecke, 2002;Maio, Santos, 2005;Maggie, Fry, 2004;Brandão, Marins, 2005;Pedrosa et al, 2006).…”
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“…1 Não surpreendentemente, os eventos da UnB geraram acalorados debates no âmbito da sociedade civil, com posicionamentos desde apoios explícitos, oriundos do movimento negro e de setores da academia (Carneiro, 2004a(Carneiro, , 2004bCarvalho, 2004;Diniz;Medeiros, 2004;Féres Júnior, 2004;Segato, 2004) 2 até críticas veementes. Nesse caso, o vestibular da UnB chegou a ser rotulado de "tribunal das raças" (Folha de São Paulo, 2004 Brasília com práticas tipológicas de identificação racial que foram comuns no passado no âmbito da antropologia física e da medicina legal, e que são vistas de forma crítica pelas ciências sociais contemporâneas (Fry, 2004;Góes, 2004;Grin, 2004a;Pires, 2004;Ribeiro, 2004;Maio, 2004aMaio, , 2004c. Um ministro do Supremo Tribunal Federal criticou a decisão da UnB declarando que "se alguém se declara negro é porque negro é… Vamos parar de imaginar que todos são salafrários".…”
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